A administra��o do prefeito Gilberto Kassab (PSD) deve ser o alvo central de uma s�rie de manifesta��es de movimentos por moradia que est�o sendo organizadas na capital paulista. Elas devem come�ar em abril e se estender at� maio. Est�o previstas ocupa��es de terrenos e edif�cios em diferentes regi�es da cidade.
“Em seis anos de governo o Kassab n�o fez nada pela moradia popular, n�o construiu uma casa”, diz Luiz Gonzaga da Silva, mais conhecido como Geg�, um dos articuladores das manifesta��es ao explicar a ofensiva contra o prefeito. “Se aconteceu alguma coisa foi porque pegou carona em alguma programa de moradia do governo federal ou do Estado.”
Embora seja militante hist�rico do PT e j� tenha integrado a dire��o nacional do partido em duas ocasi�es, Geg� nega qualquer interfer�ncia petista na articula��o. “Os movimentos populares n�o t�m liga��es com partidos nem com centrais sindicais”, afirma. “Ideologicamente podem ter proximidade com essa ou aquela central, mas isso n�o significa que sejam guiados por ela.”
Resist�ncia
Os atritos entre Kassab e a maior parte dos movimentos por moradia na capital s�o antigos. Semanas atr�s, quando ainda se tentava costurar uma alian�a entre o PT e o PSD para a elei��o municipal deste ano, um dos maiores focos de resist�ncia � aproxima��o foi localizado justamente entre petistas vinculados a esses movimentos. Era uma rea��o t�o forte que, nos bastidores em seus encontros com o prefeito, os emiss�rios do PT disseram que, caso a alian�a fosse adiante, ele teria de adotar imediatamente alguma medida de impacto na �rea de moradia. Isso serviria para refrear os descontentes.
Sem alian�a nem medidas de impacto, os movimentos decidiram abrir carga contra o prefeito. As ocupa��es e os ataques � pol�tica administrativa de Kassab v�o ocorrer �s v�speras do per�odo eleitoral.
Al�m de dirigente do Movimento de Moradia da Cidade de S�o Paulo Geg� atua como vice-presidente da Central Nacional de Movimentos P0pulares, entidade que agrega grupos de defesa dos interesses sem-teto, sem terra, ind�genas, quilombolas, trabalhadores na �rea de sa�de e da educa��o, entre outros. Segundo suas informa��es, tamb�m devem ocorrer manifesta��es por mais moradias populares em outros Estados. No caso paulista, diz ele, embora Kassab seja o alvo principal, os governos federal e estadual tamb�m dever�o ser cobrados.