Ao assumir nesta quarta-feira o Minist�rio do Desenvolvimento Agr�rio, o deputado Pepe Vargas (PT-RS) encontrar� um cen�rio muito mais tenso no campo do que o encontrado pelo seu antecessor, Afonso Florence (PT-BA), no in�cio do governo da presidenta Dilma Rousseff. Irritados com o que consideram “lentid�o” e “falta de compromisso” do governo com a quest�o agr�ria, os movimentos de trabalhadores rurais tomaram a decis�o de se unificarem na jornada de lutas e prometem um Abril Vermelho muito mais vigoroso.
“Como a pauta agr�ria no in�cio do governo Dilma n�o avan�ou, as desapropria��es foram vergonhosas, pior �ndice dos �ltimos 16 anos, isso gera uma coisa conflituosa”, analisou um dos coordenadores nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Alexandre Concei��o. “Este ano ser� um ano at�pico na luta no campo que ser� muito mais forte, sem d�vida”, afirmou.

No entanto, ao final de um ano de governo, de acordo com dados do MST, somente 22 mil fam�lias foram assentadas. S� do MST, h� cerca de 100 mil fam�lias esperando pelas desapropria��es de terra.
“O governo ficou paralisado na desapropria��o de terras. Houve o corte no or�amento, a demora em nomear o presidente do Incra [Instituto Nacional de Coloniza��o e Reforma Agr�ria]. A presidenta assinou um �nico decreto de desapropria��o em dezembro. A burocracia do governo � que gerou esse descontentamento no campo, tanto � que n�s, do campo, j� fizemos o lan�amento p�blico e um chamado de v�rios movimentos do campo para uma luta conjunta. J� houve a mobiliza��o das mulheres do MST, marcando o dia 8 de mar�o, e, ontem, nos estados do Sul, foram paralisadas v�rias ag�ncias do Banco do Brasil”, destacou Concei��o.
No in�cio deste m�s, as mulheres camponesas comemoraram o Dia Internacional da Mulher com v�rias atividades que inclu�ram manifesta��es em rodovias, ocupa��es de fazendas e de �rg�os p�blicos em todo pa�s.
As ocupa��es das ag�ncias do Banco do Brasil, realizadas ontem (13) em v�rios munic�pios do Paran�, de acordo com o movimento, t�m por objetivo demonstrar ao governo que as linhas de cr�ditos destinadas � agricultura familiar n�o est�o sendo suficientes e as condi��es de juros e pagamento n�o atendem �s necessidades da popula��o do campo.
“As fam�lias est�o endividadas por conta do sistema criado no in�cio do governo e estamos chamando o governo a reeditar essa medida e isso vai criando um caldo de luta social que est� muito mais tensa”, destacou o coordenador.
Entre as organiza��es que ir�o se mobilizar para participar da luta conjunta por melhorias no campo est�o a Confedera��o Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Federa��o dos Trabalhares da Agricultura Familiar (Fetraf), o MST e a Via Campesina.