O novo l�der do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), at� tentou conciliar, estendendo a bandeira branca a seu maior advers�rio pol�tico no Amazonas, o presidente nacional do PR, senador Alfredo Nascimento (AM). Depois de um cumprimento cordial no plen�rio, quando cochichou no ouvido do conterr�neo que precisar� dele em sua nova miss�o, Braga ainda fez quest�o de telefonar a Nascimento ontem cedo.
Por um momento, o l�der chegou a acreditar que o gesto de boa vontade facilitaria seu di�logo junto ao PR, em plena crise com o Pal�cio do Planalto. Afinal, o pr�prio Nascimento fizera quest�o de retribuir o afago publicamente, durante a reuni�o da Comiss�o de Ci�ncia e Tecnologia do Senado, presidida por Braga pela �ltima vez ontem de manh�.
Poucas horas mais tarde, no entanto, ajudou a comandar a reuni�o da bancada do PR no Senado que decidiu pelo rompimento com o governo. E, ao esclarecer que aquela decis�o nada tinha a ver com a escolha do novo l�der, e sim com nove meses de insatisfa��es acumuladas com o Planalto afirmou: "Mesmo na oposi��o, vamos sempre tratar bem o Eduardo, compreendendo que ele tem a tarefa de ser o homem do governo no Senado". Ato cont�nuo, previu que Braga precisar� de "muita humildade e paci�ncia" nesta tarefa de substituir "um craque" - o senador Romero Juc� (PMDB-RR), na lideran�a.
Apesar de o presidente do PR e seus companheiros de bancada no Senado terem deixado a base governista, o Planalto ainda tem espa�o pol�tico para tentar evitar que o rompimento se alastre para a C�mara. Foi o que disse no in�cio da noite de ontem, da tribuna, o l�der da legenda na C�mara, Lincoln Portela (MG).
"O Senado �s vezes toma posi��es independentes. Aqui na C�mara n�o h� um sentimento de rompimento ", disse o deputado, ao lembrar que o l�der no Senado, Blairo Maggi (MT) foi convidado para comandar o minist�rio dos Transportes e recusou a oferta. Os deputados do PR foram previamente informados da decis�o dos senadores e decidiram n�o acompanhar os colegas. H� um racha entre C�mara e Senado, pois os deputados reclamam que Blairo atropelou a bancada, quando recusou a oferta do minist�rio sem consultas ao partido. "Ele se reportou diretamente � presidente Dilma e, por isto, ela p�s o Paulo S�rgio Passos, que j� havia sido ministro do partido durante a campanha eleitoral de 2010", justificou o l�der Portela.