Uma semana ap�s ter sido indicado como l�der do governo no Senado, a avalia��o na Casa � de que o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) ainda n�o encontrou o tom para debelar a insatisfa��o na base aliada. Nesse per�odo, em pelo menos tr�s momentos, Braga, segundo pol�ticos experientes ouvidos pelo Correio, fez declara��es incompat�veis com o cargo que ocupa: na quinta-feira, disse que “o governo s� negociaria com o PR se o partido n�o radicalizasse”; tamb�m afirmou que a presidente “vai enfrentar velhas pr�ticas pol�ticas”. Por fim, cobrou do senador Fernando Collor (PTB-AL) explica��es sobre as compara��es feitas por ele em rela��o ao comportamento da presidente Dilma Rousseff com o Congresso.
O senador teve novamente uma conversa com o vice-presidente Michel Temer, na �ltima segunda-feira, depois da reuni�o de coordena��o da presidente Dilma Rousseff com os l�deres partid�rios para tratar dos assuntos em tramita��o no Congresso. Temer repetiu o que dissera na semana anterior, em jantar realizado no Pal�cio do Jaburu, resid�ncia oficial do vice-presidente. “Voc� � o l�der de todos. � preciso buscar unificar o PMDB e os demais integrantes da base”, alertou Temer.

� justamente nesse argumento que os aliados de Juc� se amparam para defend�-lo. “O Requi�o fez nove ou 10 discursos no plen�rio e isso acabou contaminando os demais. Al�m disso, era uma vota��o secreta. Dificilmente essa conjuntura se repetir� novamente”, disse o l�der do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL).
M�goas
Nos bastidores, os peemedebistas seguem remoendo as m�goas. No domingo, um grupo de caciques do partido reuniu-se na casa do presidente do Senado, Jos� Sarney (PMDB-AP). Ontem, Braga teria, em tese, seu primeiro teste de fogo: a vota��o de uma medida provis�ria com recursos para a defesa civil. Foi aprovada, sem sustos. “O PMDB n�o vai votar contra o pa�s e contra o governo. Pode at� reclamar de atrasos nas emendas parlamentares, mas n�o interessa para o partido prejudicar a governabilidade. A rela��o de Temer com Dilma � �tima e n�o podemos atrapalhar isso”, disse o pr�-candidato do partido � prefeitura de S�o Paulo, deputado Gabriel Chalita.
Isso n�o quer dizer, no entanto, que os caciques do partido n�o estejam esperando um momento para explicitar suas insatisfa��es. “Ningu�m vai passar recibo, s�o todos pol�ticos experientes. Quanto mais demorar para o troco, melhor. Vingan�a � um prato que se come frio”, disse um parlamentar nordestino. O Planalto poder� ganhar tempo, no entanto, porque, em tese, n�o h� temas candentes no Congresso que possam prejudicar o Executivo. A vota��o da Funda��o de Previd�ncia Complementar dos Servidores P�blicos Federais (Funpresp) parece ser tranquila e, segundo analistas pol�ticos, dificilmente algum parlamentar vai se vingar na Lei Geral da Copa, projeto que interessa aos governadores.
Um petista acostumado a conviver com crises pol�ticas estranhou o clima silencioso pelos corredores do Senado ontem. “A atmosfera est� muito morna depois de uma semana agitada como a que passou”, avaliou.