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Estado de Minas

Sem os conselhos de Lula, Dilma enfrenta maior crise pol�tica do governo

Sem o principal conselheiro e aliado pol�tico por perto, Dilma enfrentou na semana que passou a maior crise com a base desde a posse, com a troca de l�deres no Congresso


postado em 18/03/2012 08:26 / atualizado em 18/03/2012 14:58

Quando o assunto é político, a presidente Dilma Rousseff pede a bênção ao ex-presidente Lula (foto: Pedro Ladeira/AFP )
Quando o assunto � pol�tico, a presidente Dilma Rousseff pede a b�n��o ao ex-presidente Lula (foto: Pedro Ladeira/AFP )


Bras�lia – A presidente Dilma Rousseff n�o hesita sobre quem deve procurar quando tem d�vidas para tomar decis�es pol�ticas e administrativas de seu governo: Luiz In�cio Lula da Silva. Se nos debates econ�micos os interlocutores s�o mais numerosos, nesse ramo ele n�o � o conselheiro preferencial: � o �nico a quem ela confia seus dissabores, receios e pr�ximos passos. Lula fez falta � presidente nos �ltimos dias, quando a convalescen�a para recuperar-se de uma pneumonia coincidiu com o estouro de uma crise sem precendentes com a base aliada desde a posse de Dilma, em janeiro de 2011.

A decis�o da presidente de demitir abruptamente os dois l�deres do governo no Congresso — Romero Juc� (PMDB-RR) no Senado e C�ndido Vaccarezza (PT-SP) na C�mara — diz muito sobre o modo como ela toma decis�es. E mostra que, sem o aux�lio precioso de seu antecessor, ela ainda tateia no jogo real da pol�tica e na conviv�ncia com os partidos governistas.

Dilma tem, aos poucos, colocado o seu perfil no governo. Como diz um parlamentar independente, “ela percebeu que pode buscar a reelei��o em 2014, j� que Lula parece ser, cada vez mais, carta fora do baralho da sucess�o presidencial”. Mas n�o se cansa de repetir que isso n�o significa uma ruptura com o antecessor. At� porque ela sabe que ainda n�o est� segura o suficiente para dar passos sozinhos na seara pol�tica.

A �ltima vez que Lula e Dilma conversaram pessoalmente foi h� cerca de duas semanas, na v�spera da posse de Marcelo Crivella como ministro da Pesca — sugest�o de Lula. Mas a crise aumentou, o PMDB rebelou-se, o governo perdeu uma vota��o secreta no Senado e Dilma abriu guerra com o Congresso. Nesse per�odo de crise, Lula pouco p�de ajudar.

No fim do ano passado, Dilma j� havia demonstrado o desejo de substituir Romero Juc� (PMDB-RR) na lideran�a do governo no Senado. Ela estava irritada com as den�ncias envolvendo o irm�o do peemedebista, Oscar Juc� Neto, na diretoria da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Lula conseguiu frear o �mpeto presidencial. Dessa vez n�o deu certo e a presidente indicou Eduardo Braga (PMDB-AM) como novo l�der do governo no Senado.

Estrat�gia

Lula sugeriu a nomea��o de Marcelo Crivella para o Minist�rio da Pesca como uma maneira de ajudar a candidatura do petista Fernando Haddad � Prefeitura de S�o Paulo. A estrat�gia tinha dois objetivos: atrair o PRB, que tem como candidato pr�prio o ex-deputado federal Celso Russomano, e diminuir a insatisfa��o dos evang�licos com o kit gay do Minist�rio da Educa��o.

Estilo de Lula era outro

Curiosamente, o pr�prio Lula, apresentado por aliados e at� por advers�rios como um “animal pol�tico”, n�o amparava suas decis�es com base nas palavras de um �nico interlocutor. Durante o primeiro mandato, um dos principais conselheiros foi o ex-ministro da Justi�a M�rcio Thomaz Bastos. Ele teve uma participa��o fundamental para diminuir a temperatura, inclusive da oposi��o, durante a crise do mensal�o. No segundo mandato, Lula dava muita aten��o �s palavras do ent�o ministro da Comunica��o Social, Franklin Martins. E durante os oito anos quando as nuvens carregadas trovejavam sobre o Planalto, Lula sempre chamava o atual presidente do Senado, Jos� Sarney (PMDB-AP), para um encontro extra-agenda no gabinete presidencial.

Assim que tomou posse, Dilma encerrou outra pr�tica de Lula: as reuni�es de coordena��o pol�tica de governo. Esses encontros reuniam n�o apenas os ministros palacianos, mas tamb�m alguns estrat�gicos, como os titulares da Fazenda, Planejamento, Justi�a e Defesa. A presidente limitou-se � reuni�es di�rias de briefings com os ministros da Casa, encontros que foram rareando diante dos temores de Dilma de “vazamento de informa��es”.

No debate econ�mico, ela sente-se mais � vontade para multiplicar os convivas. Dentro do governo, os mais frequentes s�o o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Fora da m�quina, ela debate com o empres�rio Jorge Gerdau — presidente da C�mara de Gest�o e Competitividade —, o ex-ministro Delfim Netto e os economistas Luiz Gonzaga Beluzzo e Jo�o Manuel Cardoso de Mello, mentor do ministro da Educa��o, Aloizio Mercadante, e ligado � petista Maria da Concei��o Tavares. A explica��o para essa pluralidade � a intimidade com que a presidente lida com esses temas econ�micos, baseada em planilhas e n�meros que ela domina.


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