
O senhor se filia ao PMDB em um momento em que lideran�as do partido se rebelam contra o governo de Dilma Rousseff. O senhor vai ficar no grupo que segue com a presidente ou na banda dissidente?
Do lado do PMDB todo. Acho que o PMDB � um partido extremamente democr�tico e por isso mesmo estamos entrando nele. � um partido corajoso, que tem ideias diferentes, mas que na hora principal soma. Al�m de ser uma legenda que participou das grandes decis�es no Brasil.
O qu� proporcionou esse embate com o governo?
N�o vejo o PMDB em atrito com o governo. O partido foi fundamental nas transforma��es que o pa�s vive. Tanto com o presidente Lula quanto com a presidente Dilma. Vejo isso de forma natural. Voc� tem tr�s poderes principais: Executivo, Legislativo e Judici�rio. Cada poder exerce a sua for�a de forma que crie uma harmonia. � natural que em algum momento possa parecer diverg�ncia, mas s�o discuss�es, ideias que v�o se ajustando a favor do Brasil.
O senhor deixa um partido de menor porte para ingressar noutro que � um dos maiores do pa�s. S� muda a legenda ou � preciso alguma adapta��o?
Tenho uma grande alegria em entrar para o PMDB. Primeiro porque tenho grandes amigos no partido. Tenho uma rela��o extraordin�ria com o presidente (do Senado) Jos� Sarney, com (os senadores) Renan Calheiros, Valdir Raupp, Eduardo Braga e Romero Juc�. � o partido que tem mais condi��es de trazer resultados para Minas, como solucionar a situa��o extremamente cr�tica de cinco das rodovias federais que passam pelo estado.
O ex-governador e agora seu colega de bancada A�cio Neves (PSDB) passou os cerca de sete anos em que esteve no Pal�cio da Liberdade afirmando que o estado tinha contas saneadas, e agora tamb�m adotou o discurso pela renegocia��o da d�vida. O que mudou de l� para c�?
Temos que separar o governo A�cio do governo Anastasia. O governo A�cio cumpriu o seu papel: fez as grandes mudan�as internas do estado, melhorou a gest�o e restabeleceu algumas condi��es. O estado estava praticamente falido. N�o aguentava honrar nem a folha de pagamento. O A�cio restabeleceu a capacidade de pagamento. Passou para o seu sucessor e nessa hora o que acontece? Algumas situa��es graves a gente sabe que o estado n�o est� conseguindo resolver, como a quest�o dos professores. Tem que pagar o piso. N�o importa que o estado n�o tenha condi��es. Busque os recursos em outros lugares. Agora, estamos embu�dos em ajudar o estado na renegocia��o da d�vida para facilitar essa capacidade (de pagamento). Naquele momento o A�cio fez o que tinha que fazer. E neste momento o Anastasia tem que fazer o que tem que fazer. Acho que n�s todos estamos dispostos a ajudar.
Pela legisla��o eleitoral a sa�da de um partido, para n�o provocar a perda do mandato, pode ocorrer de duas maneiras: migra��o a uma legenda rec�m-criada ou sob a alega��o de persegui��o pol�tica. Nenhum dos dois � o seu caso. Como o senhor negociou a sa�da do PR?
Minha sa�da do PR foi uma esp�cie de constrangimento, previsto na legisla��o. A partir do momento que alguns deputados tiveram uma posi��o em rela��o �s elei��es para o governo de Minas,e eu e outros deputados tivemos outra posi��o, j� houve diverg�ncia. Como eram maioria, o meu grupo ficou constrangido de continuar. O mais importante � que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) me permitiu, autorizou e j� transitou em julgado a decis�o permitindo a minha sa�da do PR.
Existe uma articula��o para atua��o dos tr�s senadores de Minas Gerais ou cada um tem estilo pr�prio de movimenta��o?
S�o tr�s senadores, os outros dois muito preparados. Cada um tem sua posi��o. Agora, quando o interesse � de Minas, junta todo mundo. Estamos eu, Zez� Perrela (PDT) e A�cio trabalhando pela eleva��o dos royalties do min�rio.