O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, afirmou nesta segunda que a pr�-candidatura do tucano Jos� Serra � Prefeitura de S�o Paulo ser� muito dif�cil. Apesar de considerar a lideran�a hist�rica do ex-governador, Rabelo avalia que Serra � um l�der em decl�nio e que sua entrada na disputa � fruto do "desespero dos tucanos" que temem perder a Prefeitura e, num futuro pr�ximo, a administra��o do pr�prio Estado, governado pela sigla h� quase 20 anos. "Serra chegou ao fim de linha. � uma lideran�a em decl�nio", disse Rabelo, em entrevista exclusiva � Ag�ncia Estado.
O dirigente do PCdoB aposta que, � medida que o eleitorado tome conhecimento dos candidatos das outras legendas, como Netinho de Paula (PCdoB), Fernando Haddad (PT), e Gabriel Chalita (PMDB), que representam uma renova��o neste cen�rio, a rejei��o a Serra vir� � tona. Rabelo diz que, apesar de liderar as pesquisas de inten��o de voto, a ren�ncia do tucano � Prefeitura em 2006 ser� lembrada. "O povo vai dizer: 'esse cara novamente aqui?' Mas ele n�o deixou a Prefeitura sem terminar o mandato? Ent�o, creio que o Serra j� entrar� na disputa como um corpo estranho e sua campanha ser� muito dif�cil", previu.
Al�m disso, o dirigente comunista avalia que o sucessor de Serra na Prefeitura, Gilberto Kassab (PSD), que foi vice do tucano na campanha vitoriosa de 2004, n�o conseguiu deixar uma boa marca na cidade. "A administra��o de Kassab � sofr�vel, sobretudo a �rea de transportes", destaca. Para Rabelo, muitos dos problemas de S�o Paulo s�o tamb�m responsabilidade do governo estadual, comandado pelos tucanos. "Os tucanos n�o t�m moral nenhuma para falar em efici�ncia, em choque de gest�o. Eles n�o enfrentaram problemas candentes em S�o Paulo (....) O que esses tucanos fizeram em 20 anos num Estado como este?", atacou.
Na capital paulista, Rabelo avisou que o "plano A" do PCdoB � a candidatura pr�pria de Netinho para a sucess�o municipal porque a cidade "� emblem�tica" para a sigla. Para isso, o partido disputa com o PT o apoio dos mesmos partidos da base do governo Dilma Rousseff (PR,PTB,PDT e PSB). "N�s instamos os outros a manterem suas candidaturas. Por que S�o Paulo tem de ser s� PSDB e PT?", justificou. "Alian�a com o PT s� no segundo turno", refor�ou.
Rabelo acredita que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ser� o fator determinante da campanha eleitoral. "Lula com a doen�a (c�ncer na laringe) ficou ainda mais querido. Isso tem um impacto muito grande", disse. Ele lembrou que Lula, apesar de seu papel de "grande lideran�a" do Pa�s, n�o imp�s sua vontade ao PCdoB. "Ele nunca pediu para a gente retirar a candidatura (em prol de Haddad). Para n�s vale a palavra de Lula."
Cobran�a
O presidente do PCdoB reafirmou que o partido manter�, al�m de S�o Paulo, candidaturas pr�prias em outras nove capitais, entre elas Goi�nia, Salvador, Fortaleza, Macap�, Teresina, Florian�polis, Aracaju, S�o Lu�s e Porto Alegre. Na capital ga�cha, Rabelo cobrou dos petistas apoio � candidatura da deputada federal Manuela D'�vila, o mesmo apoio que o PCdoB deu ao ent�o candidato e hoje governador Tarso Genro. "O Tarso se comprometeu conosco em apoiar a candidatura da Manuela. Ora, foi um compromisso assumido", cobrou. "O pr�prio Tarso disse agora que jogou a toalha", lamentou.
O l�der nacional do PCdoB disse que n�o pretende misturar a quest�o local no Rio Grande do Sul com as negocia��es envolvendo outras capitais. Ou seja, a poss�vel desist�ncia de Netinho para apoiar o petista Fernando Haddad em S�o Paulo n�o ser� moeda de troca em favor do apoio do PT ga�cho � candidatura de Manuela. "O acerto que t�nhamos feito com o governador (Tarso Genro) era esse, O PT tem de cumprir seus acordos. N�s n�o aceitamos esse tipo de situa��o. N�s sempre cumprimos nossos acordos", alfinetou.