Nove equipes de especialistas em inform�tica iniciaram ontem uma s�rie de ataques para tentar burlar as urnas eletr�nicas que ser�o usadas nas elei��es municipais de outubro. Os 24 participantes da segunda edi��o dos Testes P�blicos de Seguran�a do Sistema Eletr�nico de Vota��o participam at� amanh� do evento, realizado na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujo objetivo � aprimorar os procedimentos de tecnologia voltados para a prote��o das urnas.
Entre os grupos de “hackers” inscritos para os testes, cinco s�o formados por professores, t�cnicos e alunos de cursos de computa��o e engenharia eletr�nica de universidades de S�o Paulo, do Rio de Janeiro, do Cear�, de Minas Gerais e do Distrito Federal. Os quatro representantes da Universidade de Bras�lia (UnB) tentar�o alterar o resultado de uma elei��o e quebrar o sigilo do voto.
Desafio semelhante foi proposto pela equipe da Universidade Federal de Uberl�ndia, comandada pelo professor de computa��o Marcelo Rodrigues de Sousa, 47 anos. O plantel de tr�s investigadores planejou quatro ataques aos sistemas que comp�em a urna eletr�nica. Uma das metas do grupo � quebrar o sigilo do voto a partir do dom�nio de um programa da urna que os embaralha — n�o sendo assim poss�vel identificar em quem o eleitor votou. “Encontramos uma poss�vel vulnerabilidade no hardware da urna, mas sabemos que � bem dif�cil conseguir burlar. Nesse primeiro dia, j� notamos que as urnas apresentam v�rias barreiras que dificilmente ser�o dominadas”, admitiu.
Rastros
Sousa acrescentou que sua meta, ao se inscrever para os testes, � ajudar a tornar os equipamentos ainda mais seguros. “A maioria dos ataques resulta na viola��o das urnas. Ou seja, s�o ataques que podem ser detectados, pois deixam rastros”, destacou o professor de computa��o.
O secret�rio de Tecnologia da Informa��o do TSE, Giuseppe Janino, recordou que em 2009, quando o tribunal realizou os primeiros testes abertos ao p�blico, nenhum dos participantes conseguiu burlar a urna e seus componentes. “Aprendemos muito com os testes apresentados e atuamos de uma forma preventiva, melhorando aqueles dispositivos que foram focos daqueles testes”, disse. “� um evento in�dito no mundo. N�o h� registro que qualquer pa�s tenha aberto seu sistema eleitoral, seja ele informatizado ou n�o, para colocar � prova de investigadores e de potenciais hackers”, completou Janino. Uma comiss�o disciplinadora, composta por especialistas, e observadores externos acompanham cada passo dos testes.