Com o Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) no encal�o do Tribunal de Justi�a de S�o Paulo, Ivan Sartori, presidente da maior corte do Pa�s, com 360 desembargadores, fez nesta ter�a um desafio � ministra Eliana Calmon, corregedora nacional da Justi�a: “Eu at� me disponho, se ela quiser mostrar o holerite junto com o meu, eu mostro, os dois juntos. Por que voc�s n�o prop�em isso?”, disse a jornalistas que recebeu em seu gabinete.
Calmon n�o quis comentar. Por sua assessoria informou que seu holerite � p�blico. O CNJ decidiu em fevereiro retomar o levantamento na folha de pagamento dos tribunais, depois que venceu no Supremo Tribunal Federal (STF) a queda de bra�o com as entidades da toga, que se op�em ao rastreamento.
A inspe��o havia sido deflagrada em dezembro com base em dados do Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf)- essas informa��es, no entanto, n�o mais poder�o ser usadas pelo CNJ, por decis�o do ministro do STF Luiz Fux.
A atua��o do CNJ abrange diversos tribunais, n�o apenas o de S�o Paulo. O Conselho destacou que n�o s�o todos os desembargadores que ser�o analisados. O trabalho ser� por amostragem.
‘Todos bandidos’
Sartori n�o aceita o termo “investiga��o”, que em sua avalia��o implica suspeitas sobre ele e seus pares. “Investigar � ind�cio, quer dizer que todos somos suspeitos? Estamos sendo indiciados? Eu vou ser investigado?” Ele disse que “a Justi�a est� conspurcada”. “Talvez sejamos todos bandidos.”
O desembargador tem um encontro marcado nesta quarta com a ministra. Eles v�o tratar de precat�rios, imbr�glio que atormenta multid�o de credores. “Estarei com a ministra. Vou ver o que ela falou”, declarou Sartori, referindo-se �s informa��es sobre os pr�ximos passos do CNJ. “Isso vai ser apurado muito bem.”
Sartori tem procurado agir em parceria com a corregedora nacional da Justi�a. Logo que tomou posse, em janeiro, tomou a iniciativa de abrir procedimentos de car�ter administrativo para apurar as condi��es em que foram concedidos pagamentos antecipados a 211 magistrados.
Desse grupo, 29 receberam acima de R$ 100 mil. Cinco foram contemplados com somas superiores a R$ 600 mil - um ex-presidente do TJ recebeu R$ 1,44 milh�o; outro ex-presidente embolsou R$ 1,26 milh�o. “As verbas s�o devidas, t�m natureza trabalhista, n�o houve les�o ao er�rio”, ressalva o presidente do TJ.