Machado – Est� selada a alian�a entre o PT e o PSDB para as elei��es de outubro – mas em Machado, no Sul de Minas. Se em Belo Horizonte petistas e tucanos est�o em p� de guerra e disputam a prefer�ncia do prefeito Marcio Lacerda (PSB), na cidade de 40 mil habitantes o clima � de festa entre os dois grupos. Na noite de sexta-feira, a confirma��o da dobradinha para a disputa da prefeitura local contou com a presen�a de 150 lideran�as pol�ticas e recebeu a b�n��o de pesos pesados dos dois partidos no estado, como o deputado federal Odair Cunha (PT) e o deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB). Ao lado dos parlamentares, o petista Roberto Camilo �rf�o Morais, o Roberto Abobrinha, e seu vice, o tucano Jos� Miguel de Oliveira, que tentam a reelei��o, eram s� sorrisos.
Odair Cunha, que � contra a alian�a com o PSDB na capital mineira, tenta explicar a sua posi��o. Diz que a participa��o dos tucanos na administra��o de Machado, base eleitoral do deputado, se deve � realidade espec�fica da cidade. Segundo o parlamentar, o vice-prefeito Jos� Miguel era do PDT, mas se filiou ao PSDB no ano passado e, como ao lado do prefeito Roberto Abobrinha faz boa administra��o, a coliga��o de for�a ser� reeditada. “Em Belo Horizonte, como aconteceu em 2008, nosso encaminhamento foi contr�rio � participa��o dos tucanos na elei��o de Lacerda. Novamente, estamos defendendo que o PT tenha posicionamento contr�rio � coliga��o com o PSDB. Nossa corrente defende a reedi��o do apoio a Lacerda, para o qual vamos indicar o vice. O PSB � nosso aliado estrat�gico em diversas capitais do Brasil e queremos manter essa uni�o em Belo Horizonte, mas sem o PSDB.”
Assim como Cunha, Mosconi garantiu que a uni�o entre os dois partidos se deve unicamente � voca��o pol�tica de Machado. “N�s respeitamos a hist�ria da cidade, que deve prevalecer. N�o vamos agora criar empecilho. Isso seria retrocesso”, afirmou. Mosconi foi quem possibilitou a alian�a dos opositores PT e PSDB, em Machado, ao convidar o vice-prefeito Jos� Miguel a deixar o PDT e se unir aos tucanos. “Sou um disc�pulo do deputado Carlos Mosconi, e quando ele me convidou para seu partido n�o tive d�vidas”, afirmou Jos� Miguel. Mosconi defendeu a dobradinha em outras cidades do estado. “O PSDB sempre teve voca��o para alian�a. Como a administra��o em Machado foi bem-sucedida, acredito que � um exemplo a ser seguido, sem preconceito”, disse.
O prefeito Roberto Abobrinha afirmou que n�o se constrange com a presen�a do PSDB em sua chapa. Ao contr�rio, se gaba de ter sido eleito por uma alian�a de 10 partidos, que viabilizaram sua gest�o. Com discurso bem afinado com as demais lideran�as, voltou a repetir que defende essa uni�o apenas em seu munic�pio, independentemente do cen�rio pol�tico nacional.
Mesa O sal�o do Sindicato dos Produtores Rurais da cidade, onde foi realizado o 1º Encontro de Lideran�as do munic�pio, ficou pequeno para acomodar todos os que foram apoiar a alian�a entre petistas e tucanos. Al�m de Odair Cunha e Carlos Mosconi, se assentaram lado a lado � mesa do encontro o deputado federal Geraldo Tadeu, do rec�m-criado PSD e da base de apoio do governador Antonio Anastasia (PSDB), e o deputado estadual petista Ulisses Gomes. No mesmo tom conciliat�rio, eles exaltaram a import�ncia da uni�o dos partidos para a melhoria de Machado e chegaram a ser aplaudidos pelos participantes. No encontro, em raz�o da Lei Eleitoral, n�o houve bandeiras tremulando, m�sica ou comes e bebes. Discretas camisas de cor laranja com a estrela do PT atra�am olhares na plateia e todos os convidados beberam apenas �gua.
Personagem da not�cia
Roberto Abobrinha
Prefeito de Machado
Sem abobrinhas
O prefeito de Machado, Roberto Camilo �rf�o Morais, o Roberto Abobrinha, se apressa em afastar a associa��o de seu apelido com a conversa fiada de muitos pol�ticos. Risonho, explicou que o apelido surgiu ainda nos idos de 1979, quando participava de movimentos sociais da Igreja Cat�lica. Ele foi convidado para um encontro de jovens e se viu obrigado a ajudar na cozinha. E pior. Na sua frente estava uma bacia de abobrinhas italianas, que ele n�o sabia se tinham de ser descascadas antes de consumir. Na d�vida, optou por retirar a casca e, com isso, inutilizou o alimento. “Depois disso, nunca mais me deixaram em paz e s� me chamam de abobrinha”, confessa. E � verdade. Durante os discursos oficiais do encontro, o prefeito era sempre tratado pelo apelido, recebido com enorme naturalidade por ele, mas soando estranho pelos menos afeitos � pol�tica da cidade.