
No blog, Dem�stenes n�o faz nenhuma men��o �s suspeitas das liga��es com Carlinhos Cachoeira nem sobre o seu incerto futuro. J� sem partido (desfiliou-se do DEM para fugir � expuls�o no mesmo dia 3 do pacote de Dilma), ele responder� a processo de cassa��o no Conselho de �tica do Senado. Se o julgamento fosse hoje, n�o h� d�vidas de que perderia o mandato. Mas ele tem deixado recados que s�o dados por seus advogados segundos os quais, em sua opini�o, far� uma defesa que poder� convencer os pares de que n�o est� envolvido com Carlinhos Cachoeira, preso num pres�dio de seguran�a m�xima, em Mossor�, desde o dia 29 de fevereiro.
No blog s� � poss�vel perceber algo da ang�stia do senador por causa dos �ltimos posts em seu Twitter, datados de 23 de mar�o, quando come�aram a aparecer as conversas gravadas pela Pol�cia Federal, que aumentaram ainda mais as suspeitas sobre a liga��o dele com o empres�rio de jogos de azar. Sua derradeira manifesta��o no microblog diz: "O sofrimento provocado pelos seguidos ataques a (sic) minha honra � dif�cil de suportar, mas me amparo em Deus e na certeza de minha inoc�ncia ". Uma semana depois, diante da imin�ncia da expuls�o, o senador pediu o desligamento do DEM.
"Saco de bondades"
O artigo em que Dem�stenes critica o plano de ajuda � ind�stria brasileira tem por t�tulo a locu��o "Um Brasil maior para os pequenos". Nas suas 38 linhas, o senador lembra que o governo apresentou no dia 3 "mais um saco de bondades", com o slogan de "n�o abandonar a ind�stria brasileira". Para Dem�stenes, "o pacote � menos que o esperado, principalmente para quem sobrevive acossado pela concorr�ncia nos pr�prios Brics."
Segundo o senador, o governo da presidente Dilma usa "a t�tica de tratar o essencial aos espasmos". Ele considera que isso pode dar certo em outras �reas, mas na planta das f�bricas � necess�rio respeitar o calend�rio anual. "O empres�rio tem despesas a quitar em todos os 365 dias do ano e o funcion�rio depende do equil�brio do mercado para garantir a carteira assinada."
E continua: "A engrenagem � praticamente a mesma desde a revolu��o fabril, com o agravante de o sistema n�o se resumir mais a um embate entre trabalho e capital."
Dem�stenes diz, no artigo, que "a era dos slogans de cartilha ficou no passado pr�-computador. Estamos no s�culo do empreendedorismo, em que qualquer pessoa deve receber a oportunidade de investir em seu talento para crescer".
O senador considera, no artigo, que o governo se esqueceu dos pequenos: "Evidentemente, os gargalos s�o abissais para grandes e pequenos, por�m o poder de press�o dos micros se resume ao grito diante dos juros em empr�stimos, em geral com agiotas clandestinos. A esperan�a � que, mesmo aos sustos, a eles chegue a sacola de facilidades sacudidas pelo governo quando a quebradeira se avizinha."
Para Dem�stenes, "a defesa dos empregos, parte do an�ncio da presidente Dilma Rousseff, deve ser observada tamb�m a partir dos empreendimentos de fundo de quintal, das lojinhas sem registro, dos feirantes."
Quase ao final do artigo h� at� espa�o para um elogio � pol�tica do governo: "A redu��o de juros, que deveria ser generalizada e permanente, � uma das boas novidades, assim como um al�vio no peso dos encargos trabalhistas, que esperam ser revistos com urg�ncia. Ao menos, seria desej�vel que os US 25 bilh�es anunciados em refor�o para o BNDES fossem direcionados para a turma do Simples."
Nas �ltimas duas linhas, Dem�stenes volta � cr�tica e cita os problemas na infraestrutura brasileira: "Enquanto isso, rodovias portos, aeroportos, ferrovias e a burocracia seguem seu curso, tragando sonhos de todas as extens�es."