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Estado de Minas

Dilma endurece diante de Obama "sortudo"

Numa reuni�o de quatro horas com Obama, presidente critica a pol�tica cambial protecionista e recebe elogios do colega americano, que declarou "sorte" de encontrar parceira como ela


postado em 10/04/2012 06:00 / atualizado em 10/04/2012 07:46

Na Casa Branca, a presidente Dilma ao lado do anfitrião, Barack Obama: encontro marcado por quebra de protocolo nos discursos dos dois líderes(foto: Ricardo Stuckert Filho/PR)
Na Casa Branca, a presidente Dilma ao lado do anfitri�o, Barack Obama: encontro marcado por quebra de protocolo nos discursos dos dois l�deres (foto: Ricardo Stuckert Filho/PR)
Washington (EUA) – A diminui��o da dist�ncia pol�tica e comercial entre o Brasil e os Estados Unidos foi o tom comum do encontro de quatro horas – mais que o dobro do tempo previsto – entre os presidentes dos dois pa�ses, Dilma Rousseff e Barack Obama, nessa segunda-feira. Muito al�m da barreira f�sica que separa as duas maiores popula��es das Am�ricas, a reuni�o foi pautada pela tentativa de remover arestas como a burocracia para tr�nsito de turistas, pol�ticas monet�rias prejudiciais ao desenvolvimento e, claro, as crises, ora tsunami, ora marolinha.


Durante o encontro, Dilma refor�ou a preocupa��o do Brasil com o tsunami monet�rio provocado pelos pa�ses desenvolvidos. Ela tocou no assunto mais de uma vez durante o discurso dos presidentes no Sal�o Oval da Casa Branca. Depois de se reunir com Obama, a presidente afirmou que ambos est�o preocupados com a crise internacional, que, nas palavras dela, levou instabilidade, baixo crescimento e desemprego para v�rios pa�ses.


Dilma cobrou do colega maior responsabilidade no enfrentamento da crise. Na avalia��o da l�der brasileira, � preciso que os pa�ses ricos, sob a lideran�a dos EUA, parem de injetar tanto dinheiro no mundo com o intuito de salvar as suas economias em detrimento das na��es em desenvolvimento. Para descrever as responsabilidades de todos ante a crise e refor�ar que ningu�m � dono da verdade e que o o Brasil n�o tem diverg�ncia apenas com os EUA, ela recorreu a uma express�o muito usada em Minas Gerais, estado onde nasceu: “N�o podemos acreditar, principalmente n�s, as duas maiores democracias do continente, que todo mundo �  ‘Jo�ozinho do passo certo’. N�s n�o somos Jo�ozinho do passo certo nem do passo errado.”


 Segundo a presidente, Obama reconheceu que as pol�ticas monet�rias, sem pol�ticas de expans�o, provocam esse tsunami. “� imprescind�vel impedir que medidas protecionistas, principalmente as ligadas ao c�mbio, nos afetem”, afirmou. No fim do dia, a presidente tamb�m pressionou os empres�rios norte-americanos a apoiarem pol�ticas n�o protecionistas. “N�s queremos reiterar que o Brasil repudia todas as formas de protecionismo”, declarou.


O encontro dos dois l�deres foi marcado pela quebra de protocolo. Em seus discursos, Dilma tratou Obama como presidente norte-americano para depois deste ano – ele ainda ter� de passar por elei��es no pa�s em novembro para permanecer na Casa Branca por outro quadri�nio. “A retomada do crescimento global passa pela retomada do crescimento norte-americano. Saudamos a grande melhoria ocorrida nos EUA e tenho certeza que isso ser� uma t�nica nos pr�ximos meses e anos, sob a presid�ncia do presidente Obama”, disse Dilma. Em retribui��o, ele classificou a brasileira como “parceira”. “As boas not�cias s�o de que a rela��o entre Brasil e EUA nunca foi t�o forte. Me sinto muito sortudo de ter neste processo uma l�der t�o capaz, com tanta vis�o, que � a presidente Dilma Rousseff.”


O americano elogiou os “progressos do Brasil” nos governos de Dilma e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva na luta pela democracia e no combate � pobreza, e admitiu seu interesse em fazer dos EUA “um grande cliente” do pa�s no campo da energia. Especialmente, em petr�leo e g�s. “Temos muitas oportunidades de coopera��o na �rea de energia. O Brasil tem rios extraordin�rios e uma infinidade de reservas naturais. Vamos fazer um trabalho muito grande de coopera��o na �rea energ�tica”, destacou Obama.


Fim do visto

O encontro tamb�m serviu para selar o acordo que prev� o fim, em um futuro pr�ximo, da exig�ncia de visto para viagens entre turistas e executivos dos dois pa�ses. Obama ressaltou os esfor�os americanos para redu��o da burocracia e do tempo para concess�o de vistos a empres�rios e turistas brasileiros: “Os nossos governos v�o cooperar tamb�m na amplia��o dos elos de amizade, com�rcio e investimento, permitindo um maior contato entre os povos do Brasil e dos EUA. Por exemplo, para tanto, reduzimos muito o tempo de espera de vistos consulares para visitantes brasileiros aos EUA, vamos abrir no Brasil dois novos consulados e esperamos fazer progresso ainda maior nesta frente.” O an�ncio de abertura dos consulados americanos em Belo Horizonte e Porto Alegre ficou por conta da secret�ria de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Al�m das barreiras de locomo��o, os dois pa�ses firmaram sete atos, entre eles a carta de reconhecimento m�tuo da cacha�a como bebida brasileira e do bourbon como bebida norte-americana.


Foco na ci�ncia
Uma das principais bandeiras do governo Dilma, o programa Ci�ncia sem Fronteiras, ter� um tratamento especial na viagem aos EUA. Hoje, Dilma fara um p�riplo cient�fico pela Universidade de Harvard e pelo Massachusetts Institute of Tecnology (MIT). Ser�o assinados 15 acordos entre o Minist�rio da Educa��o e universidades americanas, al�m de um entre o Instituto de Tecnologia da Aeron�utica (ITA) e o MIT. At� 2014, 15 mil estudantes brasileiros dever�o receber bolsas nos EUA.


A presidente tamb�m se encontrar� com bolsistas brasileiros que estudam em Harvard. Atualmente, o Brasil tem 555 intercambistas no pa�s e outros mil seguem para l� no segundo semestre. A secret�ria de Estado norte-americana, Hillary Clinton, comentou a parceria e disse acreditar que o Brasil sabe a import�ncia de se investir em educa��o. “J� se podem ver os resultados”, elogiou Hillary, fazendo alus�o ao Ci�ncia sem Fronteiras.


A comitiva brasileira na Casa Branca contou com os seis ministros das �reas de com�rcio, rela��es internacionais e ci�ncia.
Entre os presentes divulgados, Dilma deu quadros a Obama. Depois de encontrar com o presidente e com empres�rios, Dilma foi a homenageada de um jantar na casa do embaixador brasileiro nos EUA, Mauro Vieira, com um grupo restrito de empres�rios brasileiros e autoridades americanas e personalidades como o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, a ex-secret�ria de Estado norte-americana Condoleeza Rice e o editorialista do The New York Times, Thomas Friedman.  (Colaborou Juliana Braga)


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