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Estado de Minas

Preconceito impede entrada de brasileiro nos EUA sem visto

Especialistas garantem que o pa�s cumpre as exig�ncias para autorizar entrada, mas sofre com vis�o antiquada sobre imigrantes em busca de emprego e fragilidade dos passaportes


postado em 11/04/2012 06:00 / atualizado em 11/04/2012 06:48

O Brasil j� cumpre as exig�ncias feitas pelos Estados Unidos para autorizar a entrada de estrangeiros em seu territ�rio sem a necessidade de visto. O compromisso assinado na segunda-feira pelos presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama de derrubar a barreira chega atrasado. O preconceito, contudo, em rela��o aos imigrantes brasileiros relacionado a quest�es econ�micas � apontado por especialistas como principal obst�culo para o acesso de brasileiros na terra do Tio Sam.

Apesar do aumento significativo dos gastos tupiniquins no exterior – passando de US$ 3,8 bilh�es em 2000 para US$ 21,2 bilh�es no ano passado, segundo o Banco Central –, e de os EUA ser o principal destino dos brasileiros – em 2011, 23,8% deles foram para os EUA, segundo o IBGE –, um entrave concebido de antem�o e que vem de longa data adia a inclus�o do pa�s na lista vip dos norte-americanos.

“As exig�ncias t�cnicas n�o existem mais ou s�o detalhes, que n�o impediriam esse acordo. O que ainda existe e surge como maior dificuldade para nossa inclus�o nessa lista � uma mentalidade que persiste sobre nossos viajantes”, analisa o especialista em rela��es internacionais da Funda��o Get�lio Vargas, Maur�cio Santoro. Segundo o professor, o processo de negocia��o n�o deve acontecer no curto prazo, com estimativa de cinco anos para ser concretizado. “A Coreia do Sul, por exemplo, levou mais de dez anos para conseguir entrar na lista, em um processo demorado e de muita negocia��o”, exemplifica Santoro.

A lista de exig�ncias divulgadas pelo site do Departamento de Estado dos Estados Unidos da Am�rica (www.travel.state.gov), est�o determina��es que levam em conta crit�rios de seguran�a adotados pelo pa�s, como a troca de informa��es entre os dois governos e padr�es rigorosos para a emiss�o de passaportes (veja quadro). “A primeira barreira que os brasileiros tradicionalmente enfrentam est� ligada � quest�o econ�mica e vem sendo usada desde a d�cadas de 1980 e 1990, quando existia o medo de que entrassem nos Estados Unidos para procurar empregos. Depois a quest�o passou a ser de seguran�a, com questionamentos sobre nosso processo de emiss�o de passaportes. Era comum apontar a facilidade de se conseguir um documento falsificado aqui. Hoje, j� n�o existe mais a quest�o econ�mica, com os brasileiros sendo apontados como os que mais gastaram na Fl�rida e Nova Iorque no ano passado. A quest�o de seguran�a tamb�m avan�ou muito e dificilmente seria apontada como um obst�culo”, argumenta Santoro.

Trampolim Para o professor de ci�ncias pol�ticas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Dawisson Bel�m Lopes, al�m da quest�o envolvendo o hist�rico de migra��es por motivos econ�micos que ainda est� presente nas avalia��es que os norte-americanos fazem sobre os brasileiros, uma outra barreira � a necessidade de adaptar a estrutura f�sica dos consulados brasileiros para atender a demanda crescente. “Os aspectos operacionais tamb�m est�o sendo considerados pelo Itamaraty, uma vez que � preciso uma aten��o a poss�veis sobrecargas para consulados e embaixadas brasileiras nos EUA. Percebe-se que o pr�prio governo brasileiro n�o faz quest�o de que essa flexibiliza��o venha t�o rapidamente, uma vez que ser� preciso adaptar sua estrutura para atender a esse p�blico”, ressalta Lopes.

As aten��es para as rela��es entre o Brasil e seus vizinhos sulamericanos tamb�m s�o apontadas pelo cientista pol�tico como um aspecto essencial a ser considerado pelo governo brasileiro. Com um destaque cada vez maior no cen�rio internacional, melhorar as maneiras de lidar com imigrantes de outros pa�ses seria um caminho essencial para evitar que o pa�s se transforme em rota para os EUA e tenha o benef�cio cortado. “H� uma grande diferen�a econ�mica entre o Brasil e os outros pa�ses latinos. A concess�o n�o ser� garantida a todos. Por isso, existe o perigo de o pa�s se tornar um trampolim para outros viajantes. Problema que se tornou frequente para muitos pa�ses da Europa, como a Pol�nia e outros pa�ses do Leste, usados por migrantes como forma de chegar � Fran�a”, lembra Lopes.


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