Boston e Cambridge - A presidente Dilma Rousseff, em seu terceiro dia de visita aos Estados Unidos, cobrou a retomada dos investimentos produtivos como ant�doto para barrar a crise econ�mica mundial e ampliar a oferta de empregos no mundo. Na avalia��o da l�der brasileira, n�o h� outro caminho para a economia global recuperar o f�lego e superar os estragos provocados pelo tsunami monet�rio que tem provocado a valoriza��o das moedas de pa�ses emergentes, especialmente o real. "N�s sabemos que somos afetados pela crise financeira do mundo. Mas temos condi��es de enfrent�-la. Vivemos um momento de muita preocupa��o", afirmou ela em discurso para 700 acad�micos e estudantes do John F. Kennedy Forum, da Universidade Harvard, uma das mais prestigiadas no planeta.
A governante brasileira aproveitou a plateia e repetiu a cr�tica ao que ela chama de tsunami monet�rio provocado pelas economias desenvolvidas - uma inje��o de mais de US$ 9 trilh�es na economia global. "As a��es dos bancos centrais melhoraram muito a situa��o (das economias dos pa�ses ricos, que come�am a sair da recess�o). Mas n�s sabemos que persistem v�rias amea�as", afirmou Dilma, reconhecendo que as medidas de est�mulo � atividade evitaram uma crise aguda de liquidez. Alertou, por�m, que as pol�ticas expansionistas (emiss�es de moedas) sem a contrapartida de investimentos afetam, sobretudo, os pa�ses emergentes.
Nesse contexto, a presidente ressaltou a import�ncia dos Estados Unidos num mundo "multipolar". Lembrou que o pa�s � uma economia flex�vel, sempre capaz de liderar as crises. "Acredito que temos uma especial rela��o (com os EUA) porque somos democracias jovens, multilaterais e com v�rias caracter�sticas culturais e comportamentais semelhantes. Tenho certeza de que essa parceria com os EUA para o s�culo 21 nos interessa."
Para Dilma, num quadro de coopera��o bilateral, a educa��o � fundamental, assim como a estrat�gia de investir em inova��o. "Temos que dar import�ncia a patentes. E o Brasil precisa ampliar a oportunidade de acesso aos mercados e melhorar a qualidade da educa��o desde a creche", afirmou. Em rela��o �s bolsas de estudo prometidas pelo governo, os imigrantes brasileiros nos EUA ficaram frustrados quando ela falou que eles n�o ser�o contemplados com os programas.
Encontro esvaziado A agenda internacional de Dilma segue agitada. Nos dias 14 e 15, ela participa, em Cartagena, na Col�mbia, da C�pula das Am�ricas, onde a aus�ncia de Cuba ser� um dos temas de discuss�es. Ela cobrou dos Estados Unidos uma mudan�a no posicionamento relativo ao pa�s comandado por Ra�l Castro, especialmente no veto � participa��o do pa�s caribenho na c�pula. Dilma chegou a afirmar que o encontro do pr�ximo fim de semana ser� o �ltimo sem a presen�a da ilha.
O tema foi recorrente durante o jantar que a presidente teve com pensadores norte-americanos na casa do embaixador do Brasil em Washington, na noite de segunda-feira. "Ela conversou sobre v�rios assuntos e voltou a falar de Cuba. E a conversa foi de alt�ssimo n�vel. Acho que foi o �pice da visita de Dilma", contou o ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel. Entre os debatedores estavam Thomas Friedman, Condoleezza Rice e Madeleine Albright.