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Estado de Minas

Em Harvard, Dilma diz que n�o far� luta pol�tica com direitos humanos

O discurso de Dilma foi feito no f�rum que leva o nome do ex-presidente norte-americano John Kennedy e que funciona como uma "arena pol�tica" para debates


postado em 11/04/2012 08:32

Nessa terça-feira, Dilmafez discurso na Universidade de Harvard nos EUA(foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Nessa ter�a-feira, Dilmafez discurso na Universidade de Harvard nos EUA (foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Bras�lia - Ap�s discursar nessa ter�a-feira na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a presidenta Dilma Rousseff disse que as quest�es de direitos humanos n�o podem ser objeto de "luta pol�tica". A afirma��o ocorreu em resposta a uma aluna da universidade, que citou a situa��o de uma prisioneira pol�tica na Venezuela.

Dilma evitou falar sobre o caso citado, mas disse que a quest�o precisa ser discutida de forma "multilateral". E acrescentou: “Do ponto de vista do Brasil, sempre que podemos e temos oportunidade manifestamos o interesse do pa�s em defender os direitos humanos. Agora posso te dizer uma coisa, o Brasil tem grandes desrespeitos aos direitos humanos. N�o sei como acontece, n�o tenho como impedir que nas delegacias do Brasil n�o haja tortura".

Disse a presidenta: "Sei o que acontece em Guantanamo. Sei muito bem o que acontece, nessa pris�o a� que voc� est� falando eu n�o conhe�o, mas se � uma pessoa que est� presa, � uma pessoa que est� em condi��es desfavor�veis. Mas eu considero que direitos humanos n�o podem ser objeto de luta pol�tica e n�o farei luta pol�tica com isso, porque n�o considero que existe s� um pa�s ou grupo de pa�ses que viola os direitos humanos. Por isso gostaria de discutir essa quest�o sempre multilateralmente, porque sei que se usa essa quest�o politicamente.”

A presidenta Dilma Rousseff tamb�m evitou fazer cr�ticas ao presidente venezuelano Hugo Ch�vez. “Primeiro queria dizer para voc� que tenho um grande respeito pelo Ch�vez e n�o me arrogo o direito de fazer recomenda��o para pa�s nenhum, acho isso muito perigoso, assim como n�o gostaria que fizessem coment�rios sobre meu pa�s. Agora espero que ele melhore de sa�de, eu j� lutei contra um c�ncer, espero que ele se recupere", disse a presidenta.

O discurso de Dilma foi feito no f�rum que leva o nome do ex-presidente norte-americano John Kennedy e que funciona como uma "arena pol�tica" para debates. Esse local regularmente acolhe chefes de Estado, l�deres pol�ticos, de neg�cios e da m�dia. Quando era ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff acompanhou o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva em sua passagem pela institui��o de ensino.

De acordo com a Universidade de Harvard, a miss�o do Instituto de Pol�tica, ao receber essas personalidades, � envolver os alunos, principalmente os de gradua��o, pol�ticos, ativistas e formuladores de pol�ticas em uma base n�o partid�ria para inspir�-los a considerar uma carreira na pol�tica.

Dilma ainda lembrou que os estudos da Universidade de Harvard foram fundamentais para a concep��o do programa Luz Para Todos, lan�ado no governo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, com o objetivo de levar energia el�trica a regi�es rurais. "� imposs�vel ter acesso ao desenvolvimento econ�mico e � civiliza��o sem luz el�trica", disse a presidenta.Ao responder a uma pergunta de outra aluna, sobre que conselho daria �s mulheres, Dilma recorreu a uma de suas frases mais pronunciadas durante a campanha: "Elas [as mulheres] podem".

A presidenta brasileira tamb�m elogiou a pol�tica de governo transparente defendida pelo presidente Barack Obama e disse que o Brasil est� empenhado em solucionar o problema da corrup��o. "Concordo com o governo aberto defendido pelo presidente [Obama], que prev� transpar�ncia e um grande esfor�o no sentido de lutar sistematicamente e, ao mesmo tempo, tomar provid�ncia, doa a quem doer", disse Dilma.

"A democracia � que nem o sol: o melhor ant�doto para atos de corrup��o. Quanto mais pessoas participarem, menos haver� espa�o para pol�ticos que cometem atos que n�o s�o corretos”, afirmou.

Dilma tamb�m explicou que n�o tem como tratar das quest�es ligadas a brasileiros que migraram para os Estados Unidos. Segundo ela, a �nica parte que cabe ao governo � garantir melhores condi��es de atendimento a essa popula��o por meio dos consulados. "N�o tenho de dar conta deles. As pessoas que moram aqui tem acesso a outras oportunidades que [outros] que moram no Brasil n�o t�m. N�o tenho como atender os imigrantes, o que tenho de fazer � colocar todo consulado no sentido de melhorar as [suas] condi��es", disse a presidenta.

Dilma voltou a defender que os pa�ses ricos n�o exijam pol�ticas fiscais de pa�ses atingidos pela crise, n�o exijam pol�ticas fiscais dos pa�ses emergentes e superavit�rios nesse contexto de crise. Segundo ela, isso impede o crescimento dos emergentes e n�o � a solu��o para a retomada da prosperidade no mercado internacional. A presidenta defendeu que o mercado interno forte brasileiro � que fez com que o pa�s n�o se abalasse diante das turbul�ncias internacionais. “Se n�o fosse por isso, um espirro aqui fora levava a uma pneumonia no Brasil”, disse a presidenta.

“Durante 20 anos aplicamos s� processos de consolida��o fiscal. Melhor dizendo, ajuste fiscal radical. E tivemos extremas dificuldades de sair de um processo de estagna��o, de crescimento baixo, de aus�ncia de pol�ticas sociais para as cidades brasileiras. Sequer tivemos um programa habitacional decente", observou.

Dilma lembrou ainda que o fato de o Brasil ter passado de devedor a credor do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) deu mais autonomia ao pa�s na condu��o de sua pol�tica econ�mica e nas decis�es de implementar pol�ticas p�blicas com vistas a reduzir a mis�ria e a desigualdade social no pa�s.

"O Brasil liquidou seu d�bito com o FMI. Isso foi importante porque tomamos toda a condu��o da pol�tica econ�mica e social. Isso � um fator de muito dinamismo na nossa economia. Era voz corrente no Brasil que n�o era poss�vel ter crescimento econ�mico e resolver a imensa quest�o da desigualdade de renda. Ainda temos que chegar a 16 milh�es de brasileiros que sabemos onde est�o e quem s�o", disse a presidenta que definiu o Brasil como um pa�s complexo.

“Temos de, ao mesmo tempo em que tratamos de uma quest�o do final do s�culo 19, assegurar rede de banda larga nas principais regi�es e caminhar para tornar o Brasil um pa�s ligado a toda a estrutura do futuro, que � essa economia do conhecimento”, finalizou.


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