CPI do Cachoeira ouvir� Agnelo sobre doa��es da Delta

A Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Cachoeira, que dever� ser instalada na semana que vem, vai exigir do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), explica��es sobre a suposta cobran�a de fatura por parte da Delta Constru��es por supostas doa��es eleitorais. "O governador de Bras�lia ter� de explicar isso na CPI", disse o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) um dos dois titulares dos tucanos da C�mara na Comiss�o Parlamentar.

De acordo com as grava��es feitas pela Pol�cia Federal para a Opera��o Monte Carlo, que desmontou o esquema feito pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a empresa negociava facilidades diretamente com a c�pula do governo de Bras�lia.

Nas conversas gravadas na Opera��o Monte Carlo, reveladas nesta quinta pelo jornal O Estado de S. Paulo, aliados de Carlinhos Cachoeira, segundo a PF, dizem que a diretoria da empresa no Rio exigia agora, em contratos, a contrapartida pelas doa��es. E fazia press�o no Pal�cio do Buriti por nomea��es e libera��o de verbas. Ao todo, a Delta consta como doadora de R$ 2,3 milh�es a comit�s partid�rios no Pa�s. A presta��o de contas de Agnelo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) n�o registra doa��o da empresa em ind�cio de caixa 2, segundo investigadores. Do total, R$ 1,1 milh�o foi destinado ao Comit� Nacional do PT e o restante ao PMDB.

De acordo com a Pol�cia Federal, assim que Agnelo foi eleito, a Delta tentou emplacar aliados em cargos-chave de administra��es regionais e do Servi�o de Limpeza Urbana (SLU) de Bras�lia, o que facilitaria seus neg�cios. Al�m disso, tentava receber d�bitos do GDF por servi�os supostamente prestados.

Para o l�der do PT na C�mara, Jilmar Tatto (SP,), as exig�ncias feitas pela Delta para receber a fatura do governador Agnelo Queiroz mostram que � preciso mudar o sistema de financiamento das campanhas. "Isso vai nos levar a tratar do tema. Essas cobran�as de faturas, que n�o devem acontecer s� aqui na capital s�o fruto do financiamento privado. Por isso � que n�s defendemos o financiamento p�blico de campanha. S� a mudan�a acabar� com esse tipo de coisa, em que empreiteiros exigem contratos e outras benesses depois da elei��o", disse Tatto.

"Veja s� a situa��o em que chegamos. A Delta � uma empresa nacional, legalmente constitu�da, com CNPJ conhecido, que participa das licita��es e vence. Tem a� n�o sei quantas obras do PAC (Programa de Acelera��o do Crescimento). E agora aparecem essas not�cias de que est� cobrando a fatura pelas doa��es", disse Jilmar Tatto. Ele afirmou que tem confian�a no governador e que, na sua opini�o, Agnelo Queiroz vai explicar tudo.