O PT seguiu a orienta��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e da dire��o nacional do partido. Por 291 votos a favor, 196 contra e tr�s nulos, os delegados ao encontro municipal de Belo Horizonte aprovaram a reedi��o da alian�a com PSB e PSDB em torno da candidatura � reelei��o do prefeito Marcio Lacerda. O grupo contr�rio � uni�o com os socialistas – liderado pelo vice-prefeito Roberto Carvalho (PT) – se re�ne na quarta-feira para discutir qual postura tomar no processo eleitoral. A legenda faz novo encontro no dia 29, para escolher o candidato a vice-prefeito e a chapa que concorrer� � C�mara Municipal.
Sem mencionar o PSDB
Maior defensor da candidatura pr�pria – ou no m�nimo a retirada do PSDB da chapa –, Roberto Carvalho lamentou a vota��o de ontem e a interfer�ncia da dire��o nacional do PT na sucess�o da capital. “Aceitamos o resultado, mas n�o acatamos uma alian�a com o PSDB. Que fique claro que com o PSDB n�o haver� unidade no PT. Essa decis�o vai acabar com o PT em Belo Horizonte, podendo ter reflexos em Minas Gerais. A interfer�ncia da dire��o nacional � nefasta para Minas”, reclamou Carvalho. Na sexta-feira, o presidente nacional do PT, Rui Falc�o, veio a Belo Horizonte e deixou claro que o PSB � um partido priorit�rio para as pretens�es eleitorais do PT. Na quarta-feira, Lula j� havia tratado de preparar o terreno para uma encontro pac�fico que selasse a parceria entre PT e PSB numa reuni�o em S�o Paulo com Falc�o, o ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel, e o ex-ministro de Desenvolvimento Social e Combate � Fome Patrus Ananias. O recado do ex-presidente foi claro: a exclus�o do PSDB seria apenas uma recomenda��o, sem qualquer tipo de veto. Os petistas foram mais realistas que o rei: a resolu��o aprovada sequer cita os tucanos.
Inconformado com o resultado, na quarta-feira o grupo que votou contra a alian�a volta a se reunir e a expectativa � que deixem de lado o processo eleitoral e n�o participem da campanha de Marcio Lacerda.
O presidente do PT, Reginaldo Lopes, retomou o discurso da c�pula do partido, reafirmando que o PT � um partido nacional e que a alian�a com o PSB � estrat�gica n�o s� em Minas Gerais, mas em outros estados. Em troca do apoio ao PSB na capital, o PT conta com o aval dos socialistas para seus candidatos a prefeito em Uberl�ndia, Juiz de Fora e Contagem. Fora de Minas, querem o apoio � candidatura do ex-ministro da Educa��o Fernando Haddad em S�o Paulo, e do deputado federal Dr. Rosinha em Curitiba. Do lado do PSB, eles esperam o apoio do PT para candidatos em Campinas (SP), Mossor� (RN), Duque de Caxias (RJ) e munic�pios paulistas, como Franca, Taubat�, Tabo�o da Serra e Itanha�m.
“Temos que seguir com a alian�a e cobrar uma repactua��o program�tica do governo Lacerda”, defendeu o presidente municipal. Segundo ele, o processo foi superado e o pr�ximo passo � definir o candidato a vice na chapa. Reginaldo Lopes disse que a decis�o sobre quais partidos v�o compor a chapa proporcional ser� do PSB, em comum acordo com o PT. A presen�a do PSDB desagrada aos candidatos a vereador, pois pode elevar a quantidade m�nima de votos para a elei��o a uma vaga na C�mara.
Com direito a bate-boca
Foi tenso o clima da reuni�o do PT que sacramentou o apoio do partido � reelei��o do prefeito Marcio Lacerda (PSB). A decis�o dividiu a legenda e vai colocar em lados apostos na campanha deste ano a turma dos defensores da candidatura pr�pria – liderada pelo vice-prefeito e presidente do diret�rio municipal, Roberto Carvalho –, e a dos apoiadores da reedi��o da dobradinha feita em 2008, comandados pelo presidente do PT mineiro, deputado federal Reginaldo Lopes.
Em alguns momentos da reuni�o, as duas alas bateram boca e houve um princ�pio de tumulto, contido pelos l�deres da legenda. Cada lado teve direito a inscrever cinco pessoas para encaminhar a vota��o Na hora em que o presidente estadual iniciou seu discurso, parte dos delegados ficou de costas em sinal de protesto. A vereadora Neusinha Santos (PT), adepta da tese da candidatura pr�pria, afirmou que eles foram tachados por Reginaldo Lopes de “desqualificados politicamente”. Na mesma hora, delegados ligados ao deputado protestaram e come�ou a confus�o. Os dirigentes pediram calma e, depois de alguns minutos, a vereadora conseguiu retomar sua fala.
Tamb�m houve balb�rdia na hora em que o deputado estadual Andr� Quint�o discursava. Do grupo do ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate � Fome Patrus Ananias, Quint�o � um dos cotados a candidato a vice de Lacerda. Ele defendeu o apoio ao PSB alegando que o PT n�o se preparou para ter candidatura pr�pria e que era mais arriscado para a legenda “jogar o PSDB no colo de Lacerda”. Sobrou at� para o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, criticado por alguns militantes, que o acusaram de tentar impor a alian�a, tachada de prejudicial para o futuro do partido.
O ex-deputado federal Virg�lio Guimar�es, tamb�m cotado para vice e um dos principais respons�veis pela alian�a de 2008 com Lacerda, foi vaiado na hora de seu discurso. Ele continuou falando tranquilamente e defendeu a unidade da legenda, independentemente do resultado do encontro.
Protesto
Integrantes do movimento Fora Lacerda, que participavam de um protesto contra a verticaliza��o da Pampulha pararam em frente ao Clube dos Economi�rios, ao lado da igrejinha, onde os petistas se reuniram , para gritar palavras de ordem contra o prefeito e a favor da candidatura pr�pria do PT. Um grupo de delegados tentou colocar os manifestantes dentro do local, mas os seguran�as barraram. O vereador Iran Barbosa (PMDB) , que participava do protesto, entrou no clube, mas saiu logo em seguida atendendo pedidos dos militantes