O PMDB quer ser tutor da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Cachoeira e assim negociar com o Pal�cio do Planalto os rumos da investiga��o sobre as liga��es pol�ticas do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A ideia � mostrar que a CPI � uma "inven��o do PT" e que, uma vez instalada, vai acabar respingando no governo de Dilma Rousseff por culpa do voluntarismo de seu pr�prio partido.
Para mostrar que n�o est� envolvido numa "opera��o abafa" para proteger os parlamentares citados nas conversas com Carlinhos Cachoeira, o PT correu nesta ter�a para colher assinaturas a favor da CPI tanto no Senado quanto na C�mara. E oposi��o, que continuou denunciando a tentativa de "a CPI j� nascer com cheiro de pizza", tamb�m foi atr�s de apoio para as investiga��es. Pelo Planalto, a ministra Ideli Salvatti (Rela��es Institucionais) disse que o governo n�o participar� de "nenhuma opera��o abafa", porque a agenda do Executivo no Congresso � outra: aprova��o de projetos como a Lei Geral da Copa e a flexibiliza��o da Lei de Responsabilidade Fiscal para possibilitar a renegocia��o das d�vidas dos Estados.
O senador A�cio Neves (PSDB-MG) reagiu contra a tentativa da base aliada de excluir das investiga��es da CPI empresas e pessoas ligadas ao governo. "N�s n�o podemos come�ar uma CPI tirando ou incluindo de uma forma discricion�ria A ou B, seja agente p�blico ou agente privado", alertou o senador. "Aqueles que propuseram a CPI t�m a responsabilidade de mostrar ao Pa�s que querem faz�-la para investigar todas as rela��es indevidas ou criminosas que ocorreram ao longo de todo o per�odo com esse agente (Cachoeira) hoje citado e preso".
Antes de liberar a assinatura dos seus parlamentares a favor da CPI, o PMDB ainda tentou saber o que o Pal�cio do Planalto estava pensando a respeito da investiga��o. O l�der no Senado, Renan Calheiros (AL), chamou ao seu gabinete o l�der do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM). Perguntou qual era a orienta��o. Braga respondeu: "N�o tenho nenhuma orienta��o".