Serra nem me estende a m�o, diz Chalita sobre tucano

O candidato Gabriel Chalita j� elegeu quem ser� o seu maior advers�rio neste pleito. Em entrevista concedida nesta manh�, Chalita falou que mant�m boas rela��es com personalidades pol�ticas de diversas correntes, desde o ex-presidente petista Luiz In�cio Lula da Silva at� o governador tucano Geraldo Alckmin, mas que tem um grande desafeto no meio pol�tico: o ex-governador Jos� Serra, que ser� seu advers�rio do PSDB nessa corrida eleitoral. "Os candidatos t�m que ser sinceros, n�o esconder as coisas. Esse (Serra) � um desafeto, eu assumo." E complementou: "Ele n�o me cumprimenta. Se vou cumprimentar, ele nem me estende a m�o."

Ao criticar o tucano, Chalita invocou o discurso de posse da presidente Dilma Rousseff, com quem tem boa rela��o pessoal, para dizer que o homem p�blico precisa ter maturidade pol�tica para respeitar, inclusive, seus advers�rios e pensar em prol da popula��o. Na entrevista, o peemedebista disse que est� preocupado que a campanha municipal em S�o Paulo tenha um foco nas cr�ticas e ataques, em vez de se centrar em propostas. "Na campanha presidencial isso aconteceu. N�o foi bom pra ele, n�o foi bom pro Brasil", disse, numa refer�ncia ao epis�dio ocorrido o segundo turno da campanha presidencial de 2010, quando tentaram associar a imagem de Dilma ao aborto e a posi��es antirreligiosas. Foi justamente por conta desse imbr�glio que Chalita (ent�o filiado ao PSB), foi chamado pelo comando de campanha petista para apagar este inc�ndio e, desde esse per�odo tornou-se pr�ximo de Dilma.

Apesar de afirmar que n�o pretende pautar sua campanha pela cr�tica, mas sim em valores como a �tica e o respeito ao ser humano, Chalita disse que o oponente tucano n�o demonstra vontade de ser prefeito, pois n�o discute os problemas da cidade e est� focado na sucess�o ao Pal�cio do Planalto: Ele (Serra) p�s na cabe�a que um dia ele tem de ser o Presidente da Rep�blica." E criticou: "Usar de novo a cidade para isso � um exagero", numa refer�ncia ao fato de Jos� Serra ter deixado a Prefeitura em 2006, dois anos depois de ter sido eleito, para disputar o governo do Estado, mesmo tendo assinado um compromisso, na campanha municipal, dizendo que cumpriria o mandato at� o final. "Eu acho que os candidatos t�m de ser sinceros, n�o esconder as coisas", alfinetou.

Ainda atento ao concorrente do PSDB, Gabriel Chalita citou que nos textos e discursos de Jos� Serra, o �nico ponto debatido � a administra��o federal. "Pra ele, a elei��o de S�o Paulo � o terceiro turno das elei��es presidenciais. Eu espero que de fato ele tenha essa eleg�ncia de discutir a cidade de S�o Paulo." Al�m de Serra, o pr�-candidato do PMDB tamb�m n�o poupou cr�ticas � atual gest�o municipal de Gilberto Kassab (PSD), aliado de Serra neste pleito: "O Kassab come�ou bem, mas depois esqueceu (de administrar) a cidade, pois teve como foco a cria��o de seu partido."

Na entrevista � Estad�o/ESPN, Chalita disse que falta "foco" � atual administra��o municipal em S�o Paulo. E que o prefeito Kassab estabeleceu muitas metas que foram deixadas de lado, sem execu��o. "Ele (Kassab) n�o entregou os tr�s hospitais que prometeu. Eu quero entregar o que prometi", disse, frisando: "Eu n�o quero ter nenhum ponto do programa que n�o seja poss�vel de ser cumprido. Eu n�o quero um dia terminar o meu mandato e as pessoas falarem assim 'nossa, mas o seu plano de metas, voc� cumpriu um ter�o'. Eu quero terminar o mandato tendo cumprido o plano de metas e, se alguma coisa n�o der pra cumprir, eu ter a humildade de falar para a popula��o esse ponto n�o deu pra cumprir por conta de problemas que vieram depois no planejamento."

Cat�lico praticante, Chalita foi questionado se o forte v�nculo com a igreja cat�lica poderia ajudar ou atrapalhar sua busca por votos. "Ajuda. N�o tenho preconceito contra nenhuma religi�o. Dou palestras em escolas judaicas, dou aulas no Mackenzie, que � uma universidade presbiteriana, tenho muito respeito pelo trabalho das igrejas evang�licas em S�o Paulo. S�o Paulo tem essa marca: � uma cidade m�ltipla, s�o muitas em uma." E continuou: a f�, disse, apenas deixa claro seus valores. "O fato de eu ser cat�lico ajuda nos valores que eu trago da igreja, de �tica e respeito ao ser humano."

Terceira Via

O pr�-candidato Gabriel Chalita negou a possibilidade em abrir m�o de sua candidatura em favor da chamada "terceira via", discutida pelos pr�-candidatos do PCdoB, Netinho de Paula, e do PRB, Celso Russomanno, para tentar fazer frente � polariza��o de PT e PSDB nas elei��es na Capital. Apesar das declara��es recentes de Netinho e Russomanno, de que as discuss�es est�o avan�adas nesse sentido, ele afirmou que no primeiro turno um acordo que envolva sua desist�ncia da cabe�a de chapa est� descartado, mas que essas legendas podem se unir num eventual segundo turno.

O peemedebista tamb�m questionou se existe de fato uma polariza��o na cidade de S�o Paulo. "Nas �ltimas elei��es, Geraldo Alckmin e Marta Suplicy (senadora pelo PT) disputaram pelo PSDB e PT e quem ganhou foi o Kassab, correndo por fora", citou. E recomendou que os outros pr�-candidatos tamb�m n�o abram m�o de seus pleitos: "E recomendo que nenhum outro candidato o fa�a, pois quanto maior o n�mero de candidatos, melhor para o fortalecimento da democracia e nessas discuss�es � poss�vel que apare�am bons projetos para a cidade". Apesar da recomenda��o, Netinho e Russomanno levar�o a proposta, na semana que vem, ao vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, presidente licenciado do PMDB. Eles argumentam que uma candidatura unificada teria mais chances de contrapor a polariza��o entre PT e PSDB.

Chalita foi o quinto pr�-candidato � Prefeitura de S�o Paulo a participar da s�rie de entrevistas sobre elei��es municipais, promovida pelo Grupo Estado. A primeira entrevistada foi Soninha Francine, do PPS, (dia 17), seguida de Fernando Haddad, do PT, (dia 18), de Celso Russomanno, do PRB (dia 20) e de Netinho de Paula, do PCdoB, (dia 25). O pr�-candidato do PSDB, Jos� Serra, ser� o sexto a ser entrevistado e est� confirmando a data de sua participa��o.