Investigado pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), o senador Dem�stenes Torres (sem partido-GO) chamou o procurador-geral, Roberto Gurgel, de “sem vergonha” durante o esc�ndalo do caso Palocci, em 2011. �udios obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram que, em conversa com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o parlamentar afirmou que tinha de “bater” em Gurgel para ele n�o se animar a investig�-lo.
“Se n�o der nele, ele (Gurgel) come�a a pegar a gente tamb�m, voc� entendeu? Agora, se ele est� cumprindo obriga��o do governo agora ele inocenta o governo e depois pega um da oposi��o. Isso � sem vergonha. Se n�o bater nele, ele anima”, disse Dem�stenes, em conversa �s 10h06 do dia 7 de junho de 2011. Cachoeira elogiou o discurso do parlamentar e ressaltou que o procurador ficou “desmoralizado” depois da fala do senador.
Na �poca em que Dem�stenes criticava Gurgel, a PF j� havia remetido ao procurador pe�as do inqu�rito da Opera��o Vegas, que demonstravam a proximidade entre o senador e Cachoeira. Nos grampos, o parlamentar pede dinheiro ao contraventor para pagar suas despesas. Contudo, mesmo de posse do material desde 2009, o procurador s� pediu autoriza��o ao STF para investig�-lo em 2012 ap�s a crise provocada pela Opera��o Monte Carlo.
Na quarta-feira, dia da primeira sess�o da CPI do Cachoeira no Congresso, o senador Fernando Collor (PTB-AL) prop�s a convoca��o de Gurgel, mas o requerimento foi rejeitado. Questionado pela imprensa sobre por que n�o pediu autoriza��o para investigar Dem�stenes em 2009, Gurgel afirmou que o inqu�rito daquele ano dependia de informa��es que s� viriam a ser obtidas na Monte Carlo, deflagrada h� dois meses.
Ontem, a Procuradoria-Geral da Rep�blica n�o comentou as cr�ticas de Dem�stenes relacionadas � atua��o de Gurgel. Por meio de seu advogado, o senador informou que n�o comentaria os �udios da Monte Carlo