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Estado de Minas

Depois de conquistar governistas, mineiro relator da CMPI de Cachoeira ter� que afastar aliados


postado em 29/04/2012 07:22 / atualizado em 29/04/2012 07:25

Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira(foto: Antônio Cruz/ABr)
Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira (foto: Ant�nio Cruz/ABr)
Um aut�ntico mineirinho. O deputado federal Odair Cunha (PT-MG), 35 anos, relator da chamada CPI do Cachoeira, � conhecido pela atua��o extremamente discreta e sempre branda. Fala pouco e prefere a sombra. H� quem o classifique, inclusive alguns deputados petistas, como pol�tico inexpressivo. O fato � que, at� ser indicado como o timoneiro respons�vel por ditar o ritmo e definir o foco das investiga��es em rela��o �s liga��es do bicheiro Carlinhos Cachoeira com parlamentares, era um ilustre desconhecido na pol�tica brasileira. Apesar de jovem, est� no terceiro mandato de deputado federal (2002, 2006 e 2010). Considerado um soldado fiel do partido, n�o � de embate em plen�rio. Dif�cil v�-lo se envolver publicamente em pol�micas. Foge dos holofotes. � c�o de guarda que atua sempre nos bastidores. Durante a CPI do Mensal�o, em 2005, trabalhou para defender os interesses do ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu. O desempenho foi aprovado pelos governistas.

De fam�lia simples, filho de trabalhador rural e de uma dona de casa, � natural de Piedade (SP), mas ainda rec�m-nascido foi para Boa Esperan�a, no Sul de Minas. Advogado, � ligado � Igreja Cat�lica e atuou como conselheiro jur�dico em prefeituras e c�maras da regi�o. Casado, pai de tr�s filhos, filiou-se ao PT em 1999. Bastante pr�ximo ao l�der do governo na C�mara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e ao presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), o nome de Odair � sin�nimo de blindagem para o Pal�cio do Planalto. Mais: � garantia de uma CPI sem pirotecnia. Ponto para a presidente Dilma Rousseff. O ex-presidente Lula, com o objetivo de se vingar da oposi��o, preferia um perfil mais agressivo, a exemplo do deputado federal C�ndido Vaccarezza (PT-SP). Foi convencido de que Odair Cunha iria conduzir a investiga��o de maneira serena. O equil�brio, no entendimento do Pal�cio do Planalto, evitaria o respingo de qualquer gota de lama com o DNA da empresa Delta, no foco do esc�ndalo, na saia da presidente Dilma.

Em v�rias oportunidades, o deputado, vice-l�der do governo at� assumir a relatoria, atuou para evitar a convoca��o de ministros investigados por corrup��o. Recentemente, cochilou e caiu na sua conta a convoca��o da ministra das Rela��es Institucionais, Ideli Salvati, para explicar, na C�mara, o epis�dio envolvendo a compra irregular de lanchas. Levou um pux�o de orelhas, mas, pelo seu perfil, seguiu prestigiado. Relatou mat�rias importantes. Destacou-se como relator da PEC 61/2011, que trata da Desvincula��o dos Recursos da Uni�o (DRU).

Na sua primeira declara��o p�blica como relator, foi mais Odair do que nunca. Deixou bem claro que a condu��o da CPI mista est� alinhada com o que deseja o Planalto. "Temos que ter clareza de que estamos investigando Carlinhos Cachoeira e suas rela��es. N�o � uma investiga��o que necessariamente v� para cima do Planalto ou qualquer membro do governo. Queremos investigar o fato determinado que originou a CPI", disse. Em seguida, usou a express�o "doa a quem doer" para justificar uma poss�vel mudan�a de foco das investiga��es e amenizar o tom da declara��o anterior. Inicialmente, afirmou que n�o via problemas em ser vice-l�der do governo e relator da comiss�o mista ao mesmo tempo. "N�o sou nem mais nem menos governista do que qualquer deputado do PT." Na quinta-feira, a assessoria do deputado informou que ele n�o era mais vice-l�der.

Indica��o


Pelos servi�os prestados ao governo ao longo dos anos, Odair ganhou o direito de indicar, em 2008, o diretor de Furnas. Colocou no comando da hidrel�trica Luiz Fernando Paroli Santos e conseguiu investimentos da estatal em programas sociais no Sul de Minas, seu reduto eleitoral. O Estado de Minas mostrou, em maio do ano passado, que o n�mero de votos do parlamentar, ap�s ter indicado o diretor de Furnas, foi turbinado. Em sua primeira elei��o, em 2002, Cunha se elegeu com 34.846 votos. Na legislatura seguinte, foi reeleito com 87,1 mil e saltou para 165.644, em 2010. Um crescimento no n�mero de eleitores de 365%.

Quando foi eleito deputado federal pela primeira vez, Cunha tinha apenas 27 anos. Antes, havia sido diretor da R�dio Difusora de Campanha e assessor da deputada estadual petista Maria Tereza Lara. Atualmente, � membro da executiva estadual do partido em Minas e coordenador da tend�ncia Articula��o no estado. Em Belo Horizonte, fez coro com petistas que defendiam o apoio � reelei��o do prefeito M�rcio Lacerda (PSB, contr�rios � participa��o do PSDB na chapa. "O PSB � nosso aliado estrat�gico em diversas capitais do Brasil e queremos manter essa uni�o em Belo Horizonte, mas sem o PSDB", diz Cunha.

Liga��es

Em �mbito nacional, o deputado federal � integrante da tend�ncia Construindo um Novo Brasil (CNB). � bastante ligado a Luiz Dulci e Patrus Ananias, ex-ministros do governo Lula. No governo Dilma, � pr�ximo � ministra das Rela��es Institucionais, Ideli Salvatti, e ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.

No seu segundo mandato na C�mara dos Deputados, em 2008, Odair foi escolhido para compor a Mesa Diretora da Casa. Exerceu o cargo de terceiro-secret�rio at� o fim da Legislatura, em fevereiro de 2011. Hoje, � titular da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a e Cidadania, suplente na Comiss�o de Fiscaliza��o e Controle, co-presidente da Frente Parlamentar em defesa da cafeicultura e do Grupo Parlamentar Brasil-Estados Unidos e integra a Frente Parlamentar em apoio � m�dia regional e o rec�m-formado grupo de trabalho destinado a analisar a d�vida dos estados com a Uni�o.


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