O presidente da C�mara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), disse neste domingo, no F�rum de Comandatuba, na Bahia, acreditar que os trabalhos da Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) que investiga a rede de influ�ncia comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, nas esferas p�blica e privada do Pa�s, sejam conclu�dos at� agosto. "Quatro meses de CPI s�o suficientes, se o processo for bem conduzido", avaliou Maia. De acordo com ele, a pauta dos trabalhos deve ser apresentada pelo relator Odair Cunha (PT-MG) na pr�xima quarta-feira.
Apesar da previs�o otimista em rela��o ao t�rmino das investiga��es, Maia se mostrou preocupado com o andamento da CPMI. "Ser� explosiva", disse. "Uma coisa s�o essas pessoas (os acusados) dando depoimento � Pol�cia Federal, que � uma coisa fechada, outra � uma investiga��o a portas abertas, como no Congresso. Vai haver contradi��es, perguntas de todos os lados e detalhes que n�o est�o nas investiga��es ser�o revelados."
Maia afirma que os trabalhos ser�o divididos com o objetivo de acelerar as investiga��es. "Vamos conduzir os trabalhos em duas linhas, a dos neg�cios em si e a dos contatos e de seus impactos nas esferas p�blica e privada." O presidente da C�mara, por�m, faz uma ressalva: a falta de foco pode tirar a efici�ncia da comiss�o. "Atirar para tudo quanto � lado � um bom jeito para que a CPI n�o d� em nada."
Transpar�ncia
De acordo com o parlamentar, a cria��o da CPMI j� come�ou a ter consequ�ncias. Maia afirma que a presidente Dilma Rousseff determinou que todos os contratos do governo federal com a Construtora Delta, uma das supostas beneficiadas pelo esquema gerido pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, sejam publicados na internet. A medida teria por objetivo dar transpar�ncia �s opera��es da construtora com a Uni�o. De acordo com ele, a presidente tem acompanhado "de longe" os trabalhos da CPMI.
Para ele, a postura do Executivo tem sido a de deixar os trabalhos andarem "sem interfer�ncias". "Dilma tem muita gordura para queimar", afirmou Maia, referindo-se � credibilidade da presidente com a opini�o p�blica.
O vice-presidente Michel Temer (PMDB), tamb�m presente ao F�rum de Comandatuba, refor�a a dist�ncia do Executivo com as investiga��es da CPMI. "O governo n�o entrou nesse processo, que � de compet�ncia do Congresso", disse. "N�o estamos preocupados, a CPI n�o vai atrapalhar o governo."
O ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, por�m, cobra puni��es efetivas para quem for condenado por corrup��o e altera��o no sistema pol�tico, para que casos como esse sejam evitados.
"Temos tido esc�ndalos desse tipo de forma c�clica e todos os fatos que cercam este caso s�o impressionantes e impactantes, � preciso que os culpados sejam punidos n�o s� com cadeia, com priva��o da liberdade, mas com perda dos bens", avalia. "Este � um dos casos que nos fazem parar para uma reflex�o: ser� que o sistema pol�tico atual, com campanhas t�o caras, n�o facilitam isso? Entendo que sim."