A Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Cachoeira furou nesta quarta a blindagem montada pelo PT para proteger o governo federal e decidiu investigar as liga��es da Delta Constru��es S.A. com o empres�rio Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em todo o Brasil, e n�o somente na Regi�o Centro-Oeste, como havia sido proposto pelo relator Odair Cunha (PT-MG). Tamb�m foi quebrado o sigilo banc�rio de Cachoeira do dia 1.º de janeiro de 2002 at� agora.
A Opera��o Monte Carlo, da Pol�cia Federal, que investigou e desbaratou o esquema de Carlinhos Cachoeira, gravou conversas em que aparecem os nomes de Agnelo e Perillo. Quanto a Cabral, os parlamentares de oposi��o desejam convoc�-lo por causa da liga��o com o empres�rio Fernando Cavendish, ex-diretor nacional da Delta.
Ao todo, a CPI aprovou 51 requerimentos. Um plano de trabalho apresentado por Odair Cunha prev� que a situa��o dos governadores s� dever� ser examinada a partir de junho. Cunha e a base do governo entenderam que n�o t�m condi��es t�cnicas para convoc�-los agora. Os partidos de oposi��o acabaram concordando com eles.
Caso os exames dos documentos das Opera��es Vegas e Monte Carlo - as duas que investigaram as liga��es de Cachoeira com agentes p�blicos e privados - mostrem o comprometimento dos governadores ser�o apresentados novos requerimentos. A inten��o da oposi��o era convocar Cabral e Agnelo. O governo, de seu lado, queria ouvir o tucano Perillo.
Ficou decidido ainda pela CPI do Cachoeira que os delegados Raul Alexandre Marques Souza e Matheus Mello Rodrigues e os procuradores da Rep�blica Daniel de Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira, respons�veis pela opera��es Vegas e Monte Carlo, ser�o convidados a comparecer � CPI na semana que vem, para sess�es reservadas nos dias 8 e 10. A princ�pio, eles deveriam conversar com os parlamentares da CPI numa sess�o aberta.
Mas a senadora K�tia Abreu (PSD-TO) e o deputado Lu�s Pitiman (PMDB-DF) pediram que fossem ouvidos secretamente. Argumentaram que os advogados de Cachoeira e de outros envolvidos com o esquema do contraventor ouviriam tudo e depois contariam para seus clientes, o que poderia atrapalhar os planos de investiga��o da CPI.