Ap�s ouvir informa��es prestadas pelo delegado da Pol�cia Federal (PF), Matheus Mela Rodrigues, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), defendeu a convoca��o urgente do governador de Goi�s, Marconi Perillo (PSDB), para depor na Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) do Cachoeira.
Segundo o senador, os detalhes apresentados pelo delegado indicam loteamento de �rg�os p�blicos e "participa��o direta" da organiza��o criminosa no governo de Goi�s. "H� participa��o direta da organiza��o criminosa dentro da estrutura do governo de Goi�s, inclusive no loteamento de cargos p�blicos no Detran", disse o senador.
O depoimento do delegado est� sendo tomado a portas fechadas. De acordo com o senador, ele informou mais de 200 cita��es do nome de Perillo nas grava��es telef�nicas interceptadas pela Pol�cia Federal, al�m de liga��es do pr�prio governador ao empres�rio goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro desse ano, quando a opera��o Monte Carlo foi deflagrada.
"Tem mais de 200 liga��es citando o governador. H� liga��es do pr�prio governador para Cachoeira para dar parab�ns pelo anivers�rio", disse o senador. O delegado informou, de acordo com o senador, que Perillo teve pelo menos dois encontros com Cachoeira identificados pela PF, entre eles, um jantar na casa do senador Dem�stenes Torres (sem partido-GO).
Cachoeira � acusado de liga��es com jogos ilegais e de comandar uma rede de influ�ncia envolvendo pol�ticos de todas as esferas da administra��o p�blica. Entre os suspeitos de liga��es com Cachoeira est�o o senador Dem�stenes Torres e os governadores de Goi�s, Marconi Perillo, e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
A convoca��o de Perillo n�o faz parte do plano de trabalho da CPMI, apresentado pelo relator Odair Cunha (PT-MG) na primeira reuni�o de trabalho ocorrida na semana passada. O plano prev� que as convoca��es de governadores devem ser avaliadas no segundo m�s de trabalho da comiss�o.
O senador Randolfe Rodrigues tamb�m enfatizou que o depoimento do delegado apontou para a necessidade urgente de convoca��o dos respons�veis pela empresa Delta, suspeita de fazer parte do esquema investigado pela opera��o Monte Carlo.
"Em rela��o a empresa Delta, h� a ocorr�ncia de dep�sitos da empresa em tr�s empresas laranjas do senhor Carlos Cachoeira. Essa � a motiva��o para que a empresa Delta tenha que estar presente aqui", disse Randolfe. A informa��o sobre os dep�sitos da Delta foram confirmadas pelo deputado Paulo Teixeira (PR-SP)
O senador disse que pretende analisar a possibilidade jur�dica de vetar a venda da empresa Delta, anunciada nessa semana. "Vamos estudar uma forma de barrar a venda da Delta. Temos que encontrar instrumentos jur�dicos. N�o me lembro agora, mas h� de ter instrumentos. Porque est�o vendendo a empresa agora? Estranho vender agora a empresa, negociar agora, muito estranho", questionou o senador.
O depoimento do delegado Matheus Mela Rodrigues tamb�m deixou expl�cita, na opini�o do deputado Paulo Teixeira, a manuten��o de empresas no exterior para driblar a fiscaliza��o e "lavar o dinheiro do esquema".
Paulo Teixeira disse que o delegado citou uma empresa sediada no exterior e um bingo com endere�o na ilha de Cura�ao, pa�s aut�nomo constituinte do Reino dos Pa�ses Baixos localizado perto da costa venezuelana. Essas empresas, de acordo com Teixeira, estariam em nome de "laranjas" “Ele falou das empresas que atuam e atuavam como fachada para limpar esse dinheiro. Falou do nome das empresas, quem operava essas empresas, que eram todas operadas por laranjas, com procuradores que podiam movimentar essas contas”, destacou o deputado.
A opera��o Monte Carlo funcionou como um detalhamento da opera��o Vegas, conclu�da em 2009. O delegado Matheus Mella � a segunda pessoa a prestar depoimento na CPMI. Na ter�a, os parlamentares ouviram o delegado Raul Alexandre Marques de Souza, que coordenou a primeira opera��o.
De acordo com os deputados, embora o delegado Matheus Rodrigues tenha entregue ao Minist�rio P�blico o inqu�rito da opera��o Monte Carlo, em mar�o desse ano, ainda h� muitas provas que ainda nem foram analizadas pela pol�cia, resultado das apreens�es feitas em fevereiro desse ano. "Tem mais de 25 malotes da opera��o Monte Carlo que n�o foram analisados ainda. Tudo que foi apreendido na casa dos indiciados ainda precisa ser analisado pela investiga��o. Essas provas ainda n�o foram analisadas nem pela Pol�cia Federal", disse o senador.