Encurralado pela possibilidade de convoca��o do governador de Goi�s, o tucano Marconi Perillo, para depor na CPI do Cachoeira, o PSDB prepara medidas contra o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, acusado de pressionar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do processo do mensal�o. Setores do partido discutem interpelar o ex-presidente na Justi�a, convoc�-lo � CPI, bem como a Gilmar, e at� propor uma acarea��o entre os dois. Uma estrat�gia ser� fechada nesta segunda-feira, v�spera da sess�o da CPI na qual pode ser decidida a convoca��o de Perillo.
Conforme Gilmar, num encontro em Bras�lia, o ex-presidente Lula lhe ofereceu blindagem na CPI do Cachoeira, de maioria governista, em troca de apoio numa suposta opera��o do PT para adiar o julgamento do mensal�o para 2013. O ministro tem rela��es estreitas com o senador Dem�stenes Torres (sem partido-GO), acusado de envolvimento com a organiza��o do bicheiro.
A proposta teria sido feita no escrit�rio do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, que negou o teor da conversa e disse que o encontro n�o foi combinado. Lula tamb�m negou o di�logo, por meio de sua assessoria. J� Gilmar se disse "perplexo" com a suposta oferta do ex-presidente.
Integrante da CPI, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) disse ter conversado com o l�der no partido na C�mara, Bruno Ara�jo (PE), que lhe deu aval para defender a convoca��o de Lula na CPI. Nesta segunda-feira, a bancada tucana na Casa se re�ne para fechar uma estrat�gia para o caso.
"A den�ncia � grav�ssima: um ex-presidente dizer que manda na CPI e usar isso para chantagear um ministro do Supremo", disse Francischini. "Se � mentira, o Lula tem de vir a p�blico se explicar. � quase imposs�vel um encontro fortuito entre duas autoridades desse porte", acrescentou.
O PT costura com partidos aliados um acordo para a convoca��o de Perillo e, possivelmente, do governador de Tocantins, Siqueira Campos, outro tucano citado nos grampos da PF. Um depoimento de Agnelo Queiroz (PT-DF) tamb�m pode ser aprovado, embora a oposi��o n�o tenha votos suficientes, se o embate pol�tico acabar paralisando a CPI.