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Estado de Minas

Desembargador que julgou processo sobre a morte de JK afirma n�o ter sofrido press�o

Segundo o magistrado, a decis�o se baseou em laudos feitos por peritos criminais


postado em 04/06/2012 07:15 / atualizado em 04/06/2012 07:17

Lavras – Na Avenida Juscelino Kubitschek, no Centro de Lavras, cidade de 92 mil habitantes no Campo das Vertentes, mora sozinho em uma bela casa o desembargador aposentado Gilson Vitral Vitorino. Ao chegar ao port�o e olhar para frente, ele v� a placa com o nome da avenida. � inevit�vel n�o recordar dos anos de 1976 e 1977, quando esteve envolvido com a causa mais importante de sua carreira, a que determinou o motivo da morte de JK, o ex-presidente que d� nome � movimentada via onde vive.

Vitorino nega ter sofrido qualquer tipo de press�o que pudesse influenciar a decis�o que ele tomou. Ele concluiu que o que matou JK foi um acidente e que o motorista da Via��o Cometa, Josias Nunes de Oliveira, indiciado por homic�dio culposo, era inocente. O Estado de Minas publicou na edi��o de ontem depoimento in�dito de Josias, refor�ando a tese de acidente. Enquanto isso, a Comiss�o de Direitos Humanos da Se��o Mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) finaliza um dossi�, de quase mil p�ginas, para entregar � Comiss�o da Verdade, criada pela presidente Dilma Rousseff, com a incumb�ncia de esclarecer as quest�es do passado.

A decis�o foi baseada nas provas t�cnicas, segundo Vitorino. “O juiz tem de pensar com o que est� escrito nos autos, n�o pode pensar em hip�teses. O processo tem o laudo feito pelos melhores peritos da �poca”, afirma o desembargador. Foram designados dois peritos criminais: Haroldo Ferraz e Nelson Ribeiro de Moura. No dia seguinte ao acidente, Haroldo foi substitu�do pelo perito S�rgio de Souza Leite. Em 1995, 19 anos depois, S�rgio foi demitido do Instituto de Criminal�stica Carlos �boli, ap�s nove den�ncias do Minist�rio P�blico contra os laudos produzidos por ele, sendo que oito processos tiveram de ser arquivados por falta de provas.

� �poca do julgamento, Vitorino tinha 35 anos. Ele n�o considera o caso mais importante do que os outros que julgou. “Todo processo, para o juiz, leva a uma decis�o que importa em v�rias consequ�ncias”, afirma Gilson. “Um juiz julga 200 processos por m�s. Muitos marcam e deixam lembran�as, mas o tempo apaga”, completa.

Apressado

O desembargador revela, por�m, que depois da senten�a descobriu que havia uma hist�ria que n�o entrou no processo. “A pressa do Geraldo (Geraldo Ribeiro, motorista de JK). O Juscelino come�ou a se sentir mal, tanto que chegaram a parar no caminho para ligar para o ex-deputado federal M�rio Tamborindeguy (pai da socialite Narcisa Tamborindeguy), que era muito amigo de JK. O deputado tinha conhecimento na regi�o e queriam que ele indicasse um m�dico para atender o ex-presidente com urg�ncia”, relata Vitorino.

O juiz, que se aposentou h� 10 anos como desembargador, destaca ainda que o Opala de JK n�o estava em boas condi��es. “Pode ter esbarrado no �nibus, mas n�o foi culpa do Josias, motorista da Cometa”, recorda. O carro dirigido pelo motorista do ex-presidente teria sido fechado por um �nibus da Via��o Cometa, perdido o controle, atravessado a pista – no quil�metro 165 da Rodovia Presidente Dutra, pr�ximo a Resende (RJ) – e sido atingido por uma carreta Scania.

Dos holofotes ao hobby

Outro caso que passou pelo crivo de Vitorino e tamb�m se destacou na hist�ria do Judici�rio brasileiro foi o do advogado Leopoldo Heitor e de Dana de Teff�. Heitor foi acusado de matar Dana, uma milion�ria tcheca com o objetivo de ficar com a heran�a. Ela sumiu quando viajava de carro do Rio de Janeiro para S�o Paulo na companhia de Heitor. Ele conseguiu ser absolvido se valendo do princ�pio de que s� existe crime de assassinato se houver cad�ver.

Al�m de trabalhar em Resende, Gilson foi juiz em Petr�polis, Volta Redonda e na capital fluminense. Desde que aposentou mora em Lavras, e considera uma curiosidade morar na Avenida Juscelino Kubitschek. “Quando meu pai comprou a casa j� havia acontecido o acidente. Foi uma coincid�ncia”, afirma o desembargador. Nascido em Bom Jardim de Minas, no Sul do estado, Vitorino foi criado em Lavras e, antes de ser juiz no Rio de Janeiro, atuou em Minas, nas cidades de Pirapora, Lavras e Oliveira. “Fiz concurso para o Tribunal de Justi�a do Rio porque o sal�rio era melhor”, lembra Vitorino.

Aos 70 anos, o hobby de Vitorino � pilotar sua moto, uma Harley-Davidson quase zero, de 1,6 mil cm³ de cilindrada, que pesa 340 quilos. “Ando de moto desde antes de ser permitido, quando tinha 14 anos”, confessa. Ele gosta de fazer viagens curtas at� S�o Jo�o del-Rei e Tiradentes, as cidades pr�ximas a Lavras. Perguntado se chegou a 220km/h, velocidade m�xima no veloc�metro, responde: “Fiz 150km/h, mas coisa de dois minutos. S� para testar”.

 

 


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