Liberado de depor na CPI do Cachoeira, o governador do Rio, S�rgio Cabral Filho (PMDB), transformou-se nesta segunda no centro de uma esp�cie de celebra��o de seu governo, na inaugura��o da C-4/Biblioteca Parque da Rocinha, uma das principais obras do PAC na favela. Por mais de duas horas, Cabral ouviu discursos cheios de elogios � sua gest�o, como o da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e da secret�ria de Cultura Ana Maria Rattes, al�m de assistir a apresenta��es de poesia, forr�, samba e funk. Aparentando mais tranquilidade do que na semana passada, percorreu alguns andares do pr�dio e posou para fotos no palco do audit�rio com artistas que se apresentaram para ele. Na sa�da, recusou-se a falar sobre a decis�o da comiss�o de n�o cham�-lo e descartou que os problemas da Delta Constru��es prejudiquem obras no Estado.
Na quinta-feira passada, por 17 votos a 11, a CPI do Cachoeira rejeitou a proposta de convoca��o de Cabral. O governador do Rio chamou a aten��o da comiss�o por sua amizade com Fernando Cavendish Soares, s�cio controlador da Delta, empreiteira com a qual seu governo fechou contratos de pelo menos R$ 1,49 bilh�o. A empresa tamb�m tem obras em outros Estados, al�m de tocar investimentos federais. Imagens de Cabral e Cavendish em viagens ao exterior, divulgadas no blog do deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ), foram usadas para mostrar a proximidade do peemedebista com o empreiteiro, cuja empresa � investigada por liga��es com o bicheiro Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Uma opera��o de bastidores salvou Cabral de ser convocado. Seus colegas Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF), por�m, foram convocados.
Cabral disse ter certeza "absoluta" de que o governo federal, como os de Estados e munic�pios onde houver obras da Delta, tomar�o provid�ncias para que a popula��o n�o seja prejudicada. "Dou autonomia aos secret�rios, os secret�rios est�o avaliando tudo isso, obviamente, mas por enquanto n�o tivemos nenhuma solu��o de continuidade. A n�o ser aquele pronunciamento da empresa, que formalizou a sa�da do Maracan�", declarou.
O governador tamb�m garantiu que vai participar da campanha eleitoral de 2012 para a prefeitura da capital - devido � crise que enfrenta por causa do caso Cachoeira, j� se especula que sua participa��o seria discreta, para n�o "contaminar" o prefeito Eduardo Paes, candidato � reelei��o. "Eu subi (no palanque eleitoral de Paes) em 2008 e subirei em 2012. Claro que limitado ao tempo que me limita o cargo de governador. Mesmo para a minha reelei��o, tive restri��es legais para realizar campanha, em fun��o do tempo que a lei exige. Mas evidente que, nos finais de semana, fora do hor�rio de trabalho, estarei como eleitor e como militante entusiasmado pela reelei��o do Eduardo Paes", afirmou.