Bras�lia – Alvo principal do PT e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva na CPI do Cachoeira, pressionado pelas vers�es divergentes quanto � venda de uma mans�o em Goi�nia em que o bicheiro foi preso durante opera��o da Pol�cia Federal e acossado sob as den�ncias de que teria pago um jornalista, durante a campanha de 2010, com recursos oriundos do crime organizado, o governador de Goi�s, Marconi Perillo, vai depor na pr�xima ter�a com seu prest�gio pol�tico ainda intacto tanto no estado quanto no PSDB. O partido promete enviar a tropa de choque para defender o correligion�rio.
Apesar de toda a mar� contr�ria, os tucanos esfor�am-se para salvar Perillo, porque enxergam no governador goiano uma op��o de poder fora da Regi�o Sudeste. Administrador de um estado importante para a oposi��o, de forte cunho agr�cola, Perillo representa, para o PSDB, um contraponto ao PT, que sempre teve dificuldades em angariar votos e simpatia nas regi�es com economia concentrada no agroneg�cio.
O Estado de Minas apurou que a expectativa do PSDB quanto ao depoimento de Perillo � angustiante. O partido sabe que, depois de bradar durante tr�s semanas que o dirigente estava � disposi��o dos integrantes da CPI para prestar todos os esclarecimentos necess�rios, ele tem a obriga��o de conseguir encerrar as especula��es que envolvem seu nome. "A situa��o se complicou com as den�ncias de caixa dois da contraven��o durante a campanha de 2010. A pol�mica quanto � casa � mat�ria antiga. Mas receber dinheiro de bicheiro para pagar jornalistas � algo grave", resumiu um integrante da alta c�pula tucana.
A novela sobre a venda da casa onde Carlinhos Cachoeira foi preso, em 29 de fevereiro, come�ou a ganhar novos contornos ap�s o depoimento de Walter Paulo de Oliveira Santiago. Dono da Faculdade Padr�o e administrador da empresa Mestra, Walter Paulo afirmou que pagou a mans�o em dinheiro vivo, no valor total de R$ 1,4 milh�o. O depoimento contradiz as palavras do ex-vereador do PSDB Wladimir Garcez, que afirma ter comprado o im�vel com tr�s cheques — dois de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil — obtidos com Cl�udio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro-Oeste.
Sonega��o
O ar matuto de Walter Paulo desconcertou os integrantes da CPI. Os petistas sa�ram da reuni�o convencidos de que houve no m�nimo por parte do governador Marconi Perillo, sonega��o fiscal , j� que o tucano declarou ter recebido apenas os tr�s cheques, n�o admitindo o recebimento de qualquer quantia em esp�cie.
Em meio ao bombardeio, o l�der do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), manteve o discurso de blindagem. "Est�o revirando uma hist�ria antiga. Perillo est� � disposi��o da CPI h� tr�s semanas e o PT fica adiando o depoimento para encontrar mais coisas. Ele tem que vir logo para esclarecer tudo de uma vez por todas", defendeu o senador. Em Goi�s, a crise envolvendo Perillo parece enredo de filme distante. No interior do estado, n�o h� sinais de perda de prest�gio do tucano. � justamente onde o governador � mais forte, fruto de um governo, entre 1994 e 2002, amplamente focado na implementa��o de programas sociais e de distribui��o de renda. O impacto negativo mais vis�vel da crise do Cachoeira na popularidade de Perillo � verificado em Goi�nia e na regi�o metropolitana da capital, localidades onde o PT consegue competir em igualdade de condi��es com o PSDB — Goi�nia � governada pelo petista Paulo Garcia.
Revogada pris�o de Cl�udio Abreu
A ju�za da 5ª Vara Criminal de Bras�lia revogou a pris�o preventiva de Cl�udio Abreu, ex-diretor da construtora Delta no Centro-Oeste. At� o fechamento desta edi��o, a previs�o era de que ele sa�sse nessa madrugada do pres�dio da Papuda, em Bras�ia. Conforme a decis�o tomada ontem, Abreu deve comparecer mensalmente perante o ju�zo e se abster de manter contato com os demais r�us ou com outras pessoas citadas na den�ncia.