Enquanto a presidente Dilma Rousseff (PT) visita amplia��es no Hospital Sofia Feldman garantidas por recursos do programa Rede Cegonha, o �nico hospital federal com sede em Belo Horizonte acumula a cada m�s uma d�vida de R$ 2 milh�es. Refer�ncia em atendimento de alta complexidade em Minas Gerais, o Hospital das Cl�nicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG) precisa de R$ 12 milh�es para se manter, enquanto recebe do governo federal um repasse de R$ 10 milh�es. O resultado das contas no vermelho � uma d�vida acumulada de R$ 23 milh�es com funcion�rios e fornecedores.
A dire��o do HC garante que n�o h� qualquer preju�zo no atendimento � popula��o, mas admite que alguns equipamentos est�o obsoletos e n�o h� recursos para reformas e moderniza��o. Para evitar a falta de material necess�rio ao atendimento m�dico, o hospital tem contado com a boa vontade dos credores. “N�o temos tido maiores problemas com os fornecedores, at� porque temos a expectativa de receber recursos do governo federal”, conta o diretor-geral do HC, Ant�nio Luiz Pinho Ribeiro. De acordo com ele, at� o fim do ano o hospital deve receber do governo federal R$ 10 milh�es extras.
O recurso t�o esperado para dar al�vio ao caixa faz parte do Programa de Reestrutura��o dos Hospitais Universit�rios Federais (Rehuf), lan�ado h� dois anos pelo ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT). O plano da dire��o do HC � usar parte dessa verba para quitar parcela de suas d�vidas. O Hospital das Cl�nicas � totalmente p�blico e vive com os recursos repassados mensalmente pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS). H� ainda, segundo Ant�nio Ribeiro, doa��es para investimentos captadas junto � iniciativa privada.
O grande problema financeiro do hospital, de acordo com o diretor, s� ser� resolvido no dia em que o governo federal assumir a folha de pessoal. Isso porque, dos 3.706 funcion�rios, apenas 1.664 s�o concursados e t�m os sal�rios pagos pela Uni�o. Os demais s�o terceirizados via Funda��o de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) ou aut�nomos, cuja folha soma R$ 6 milh�es mensais e � custeada integralmente pelo pr�prio hospital. “O fato de o hospital ter que pagar por uma for�a de trabalho que teria que ser paga pelo governo federal traz uma grande defici�ncia de verba”, diz.
Ainda n�o h� previs�o de concurso p�blico, e a promessa � que o governo federal v� incorporar essa m�o de obra por meio da Empresa Brasileira de Servi�os Hospitalares (Ebserh), cuja lei criadora foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em dezembro. Dessa forma, a pr�pria Uni�o ficaria respons�vel pelos sal�rios do grupo. Com a economia, os planos do HC � melhorar a infraestrutura e aumentar o n�mero de leitos. Atualmente s�o 503, entre vagas para adultos, crian�as e rec�m-nascidos, n�mero que poder� saltar para 600.