A presidente Dilma Rousseff defendeu ontem o consumo e negou que as fam�lias brasileiras estejam em um patamar alto de endividamento. Em seu primeiro discurso da visita, no Pal�cio da Liberdade, durante 30 minutos falando praticamente s� de economia, a presidente rebateu as cr�ticas feitas por analistas e pela oposi��o contra a pol�tica de expans�o do cr�dito que vem sendo adotada no Brasil e disse que esse � o melhor modelo para conter a crise mundial. Segundo ela, a t�tica adotada por alguns pa�ses da Europa de reduzir gastos e socorrer bancos, refer�ncia direta ao empr�stimo anunciado no fim de semana pela Uni�o Europeia ao setor banc�rio espanhol, � equivocada.
“N�o concordo com a hist�ria de que n�o � preciso estimular o consumo. Esse est�mulo � uma caracter�stica do nosso modelo de desenvolvimento com inclus�o social. Estranho seria se um modelo que levou 16 milh�es de brasileiros e brasileiros a ter um padr�o m�nimo de consumo e renda n�o quisesse agora a amplia��o do consumo no pa�s”. Para ela, o Brasil tem um grande potencial de crescimento em fun��o do momento de transi��o para uma economia de classe m�dia.
Dilma defendeu ainda o subs�dio do governo para o financiamento da casa pr�pria e desafiou quem tenha a coragem, como antes, segundo ela, de criticar essa pol�tica. “O governo subsidia sim. Se antes, no passado, isso foi visto como algo incorreto eu quero ver hoje quem defenda, num pa�s como o nosso, que o acesso � casa pr�pria de milh�es de brasileiros que ganham at� R$ 1.600, por exemplo, pode ser feito a pre�o de mercado, sem subs�dio, N�o pode e n�o ser�”, discursou.
As pol�ticas de expans�o de cr�dito que vem sendo adotadas pelo governo, entre elas a redu��o de impostos para incentivar a compra de carros, s�o vistas por alguns analistas econ�micos como perigosas, pois podem criar uma bolha de cr�dito, como � chamado o aumento da inadimpl�ncia devido ao endividamento excessivo, que pode levar � quebra do sistema financeiro.
Dilma garantiu que o Brasil vai superar essa nova crise econ�mica porque tem “for�as internas”, diferente de outros pa�ses que n�o t�m e garantiu n�o haver risco de bolha “N�s estamos muito bem fincados nos nossos pr�prios p�s”, garantiu. A presidente disse que o Brasil nunca vai adotar uma pol�tica de ajuste como a que vem sendo praticada na Europa, que teria como consequ�ncia o desemprego de cerca de 54% da popula��o de jovens, caso, por exemplo, da Espanha. “N�s nunca achamos isso, n�s temos uma pol�tica de defesa do emprego brasileiro sim”, ressaltou.
Outro alvo do discurso de Dilma foi a alta taxa de juros praticada pelo sistema financeiro. Recentemente a presidente, em pronunciamento em cadeia nacional, anunciou a queda de juros dos bancos estatais e criticou duramente os bancos privados por n�o seguir o modelo. Para ela, n�o h� explica��o t�cnica, apenas pol�tica, para que as taxas continuem sendo praticadas, pois a infla��o e as finan�as p�blicas est�o, segundo Dilma, sob controle.