C�mara aprova projeto alvo de lobby de Dem�stenes

O plen�rio da C�mara dos Deputados aprovou um projeto que foi alvo de lobby do senador Dem�stenes Torres (sem partido-GO) e do contraventor Carlinhos Cachoeira, conforme revela intercepta��o telef�nica da Opera��o Monte Carlo, da Pol�cia Federal. A proposta permite o uso de gen�ricos na medicina veterin�ria e d� prefer�ncia a esse tipo de produto em compras governamentais. O texto segue para a san��o da presidente Dilma Rousseff. Na grava��o, Dem�stenes diz ao contraventor tratar-se de um "neg�cio multimilion�rio".

O assunto foi tratado em uma liga��o de Dem�stenes para Cachoeira no dia 1º de julho de 2011, quando o projeto j� aguardava vota��o final na C�mara. Cachoeira � dono de um laborat�rio farmac�utico. "Fala professor. Eu queria falar proc� (sic) sobre um neg�cio que vai acontecer a� no Brasil que eu acho que � uma grande oportunidade para voc� e o pessoal do gen�rico, que � o medicamento veterin�rio gen�rico e tamb�m os insumos agr�colas e defensivos gen�ricos", diz o senador.

Empolgado, Dem�stenes vislumbra a possibilidade de muitos ganhos financeiros para o contraventor. "Ent�o, acho que t� na hora de voc�s saltarem na frente, � um neg�cio multimilion�rio. Eu queria ver com voc�, com o Valterci e o Marcelo se voc�s est�o a fim, para definir uma estrat�gia para montar um grande polo em Goi�s, n�? Acho que isso a� �, quem pular na frente vai levar, se n�o for Goi�s vai ser Mato Grosso."

Valterci e Marcelo citados na grava��o seriam Valterci de Melo, diretor do Laborat�rio Teuto, e Marcelo Lim�rio, empres�rio ex-dono da Neo Qu�mica. Ambos s�o amigos de Cachoeira, que sugeriu a Dem�stenes um encontro na casa de Lim�rio. "Vamos marcar j� ent�o para domingo, pode ser? Marcar l� no Marcelo?", sugere o contraventor. A conversa termina com Dem�stenes pedindo para ser avisado da reuni�o.

A advogada de Cachoeira, Dora Cavalcanti, diz n�o ter como comentar "di�logos pontuais dissociados de um contexto". Segundo Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado do senador, a conversa existiu, mas os empres�rios n�o investiram nessa �rea. Dem�stenes responde a um processo de cassa��o no Senado por ter, supostamente, colocado seu mandato a servi�o de Cachoeira.