A C�mara dos Deputados discute nesta quinta-feira o projeto de lei que busca autoriza��o para que psic�logos proponham tratamentos para a homossexualidade. O debate gera cr�ticas de entidades ligadas a movimentos contra a homofobia e ao Conselho Federal de Psicologia (CFP), que atualmente veta que profissionais da �rea tratem a homossexualidade como transtorno ps�quico.
"O motivo da audi�ncia, em si, j� � um contrassenso, pois tenta interferir na decis�o de um conselho profissional legalmente institu�do", afirma o presidente do CFP, Humberto Verona. "Na opini�o do conselho, da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e de todos os �rg�os competentes, o homossexualismo n�o � doen�a, desvio ou qualquer tipo de pervers�o."
Apesar de receber o convite para participar da audi�ncia de hoje o CFP publicou uma manifesta��o de rep�dio ao projeto. "Fomos convidados, mas n�o vamos comparecer, pois estamos repudiando a forma antidemocr�tica como esse debate ser� conduzido", diz Verona. "O deputado convidou quatro pessoas que representam a mesma posi��o e p�s o conselho do outro lado para ser massacrado. � uma audi�ncia de cartas marcadas."
Psic�loga crist�
O psic�logo Luciano Garrido, que tamb�m foi convidado para a audi�ncia p�blica, rebate as cr�ticas. "O conselho est� aparelhado em favor de causas pol�ticas, como o movimento pr�-LGBT. H� influ�ncia muito grande desses setores e as pessoas do conselho usam seus poderes normativos para impor normas, em vez de promover o debate intelectual."
Ele nega, por�m, que os defensores de mudan�a na resolu��o queiram tratar o homossexualismo como doen�a. "N�o considero a homossexualidade uma anomalia ou patologia, mas a psicologia n�o se resume a quest�es de sa�de e doen�a. N�o se pode reduzi-la a isso."
Suplente na Comiss�o de Seguridade Social e Fam�lia, Jo�o Campos tem o apoio de psic�logos ligados a movimentos religiosos, como Marisa Lobo, que se autodenomina "psic�loga crist�" - recentemente, ela foi alvo de uma investiga��o do conselho por associar psicologia e religi�o nas redes sociais.
"N�o proibimos ningu�m de falar sobre nada. Mas n�o pode falar como psic�logo, pois a profiss�o n�o reconhece", afirma Verona. "Ela (Roz�ngela) foi alvo de um processo p�blico e acabou condenada por oferecer tratamento psicol�gico para o homossexualismo." No processo, a psic�loga sofreu censura p�blica do conselho.