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Estado de Minas

Militares agiram para cortar influ�ncia de JK

Arquivo do extinto Servi�o Nacional de Informa��es (SNI) revela que a ditadura elaborou documento com medidas contra pol�ticos ligados ao ex-presidente Juscelino Kubitscheck


postado em 01/07/2012 07:24

Bras�lia – Oito anos depois de deixar o governo, o ex-presidente Juscelino Kubitschek ainda era motivo de preocupa��o dos militares que assumiram o poder pelo golpe de 1964. Documentos produzidos pelos servi�os de informa��o em 1969 mostram o temor que o regime tinha de JK, principalmente de ele voltar � vida pol�tica em Minas Gerais. Um deles, da Segunda Se��o do I Ex�rcito, analisa a situa��o do estado e conclui que seria necess�rio dissolver a corrente do ex-presidente, avaliando que isso seria uma quest�o de “sobreviv�ncia para a revolu��o de 64”. O relat�rio sugere tamb�m que outras pessoas ligadas a Juscelino, como Tancredo Neves e Israel Pinheiro, tivessem seus direitos cassados.


Com 11 p�ginas, o documento intitulado Situa��o pol�tico-social de Minas Gerais teve uma difus�o restrita e somente circulou no Servi�o Nacional de Informa��es (SNI), Centro de Informa��es do Ex�rcito (CIE) e Comiss�o Geral de Investiga��es (CGI). O relat�rio foi produzido em Juiz de Fora em 8 de maio de 1969 e foi encaminhado para o comando do I Ex�rcito — que provavelmente o solicitara — pelo general Itiber� Gouv�a do Amaral, que chefiava o quartel-geral regional na cidade mineira. Na introdu��o, os militares afirmam que todas as informa��es que constavam no dossi� foram adquiridas com funcion�rios p�blicos federais e do pr�prio governo, inclusive secret�rios de Educa��o, Seguran�a e Finan�as.

Na an�lise da situa��o pol�tica, os militares mostram claramente que havia uma rejei��o ao governador Israel Pinheiro, que fora eleito depois do golpe militar de 1964. Ele � apontado como um “partid�rio ferrenho” de Juscelino, que teria indicado pol�ticos para atuar na administra��o e tamb�m comandar a Assembleia Legislativa. “A corrente pol�tica do sr. Juscelino Kubitschek est� cada vez mais fortalecida. T�o fortalecida est� que, no momento, o seu desfacelamento torna-se, sem d�vida alguma, uma quest�o de sobreviv�ncia para a revolu��o de 64”, observa o araponga em seu relat�rio.

Adiante, o documento sugere ao comando do I Ex�rcito algumas provid�ncias, como uma interven��o federal em Minas, recesso na Assembleia Legislativa e o controle sobre as secretarias, sobretudo as de Seguran�a e de Finan�as. Por�m, as a��es n�o ficariam nas quest�es administrativas, mas tamb�m em outros campos. “Complementando qualquer das linhas de a��o, necess�rio e imprescind�vel se torna a elimina��o pol�tica, atrav�s de cassa��o de direitos pol�ticos e mandatos eletivos, de elementos reconhecidamente inimigos da revolu��o de 64 ou mesmo daqueles que, por suas simples liga��es pol�ticas, desprestigiam a a��o desse movimento, enfraquecendo-o”, destaca o servi�o de informa��es no relat�rio.

Mobiliza��o

Os militares se referiam claramente a Juscelino, a quem temiam, como eles pr�prios admitiram. “Entres estes �ltimos (os grupos pol�ticos), j� por uma quest�o de sobreviv�ncia, � necess�rio que, desde logo, se apontem nomes ligados a Juscelino Kubitschek, personalidade que ainda pode realmente convulcionar politicamente o estado e que efetivamente congrega politicamente for�a eleitoral consider�vel, mas nunca tem�vel. S�o eles: Tancredo Neves, Renato Azeredo, Hugo Aguiar, Ozanan Coelho, Murilo Badar�, Israel Pinheiro Filho, Crispim Jacques Bias Forte, na �rea federal; Pio Canedo, Manoel Costa, Delson Scarano, Jo�o Navarro, Orlando Andrade e Jairo Magalh�es, na estadual”, recomenda o documento.

O relat�rio feito pela Segunda Se��o, que � o servi�o reservado do Ex�rcito, ainda recomenda que as a��es contra a corrente de Juscelino n�o devam ser pontuadas. “Na conjuntura atual, mais v�lida e necess�ria se torna a ofensiva sobre o grupo e seu significado do que a preocupa��o de atingir somente os elementos isolados”, observa o araponga no relat�rio encaminhado a seu superior. “Ou se destr�i o grupo de possibilidade germinadora ou ele crescer� e abafar�, liquidando o esfor�o at� ent�o dispensado no sentido de moraliza��o pol�tico-social do estado e mesmo da na��o”, encerrou o oficial.


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