Meses depois de negocia��es e pol�micas, a novela envolvendo PT, PSB e PSDB teve um final inesperado: o fim da alian�a que h� quatro anos elegeu Marcio Lacerda (PSB) prefeito de Belo Horizonte. No in�cio da noite de ontem – �ltimo dia para as conven��es partid�rias –, a Executiva Municipal do PT aprovou por 11 votos a quatro a indica��o do vice-prefeito Roberto Carvalho como candidato do partido. Os tucanos, que tamb�m fizeram conven��o ontem, comemoraram a decis�o e deixaram a ata em aberto para tentar indicar o candidato a vice-prefeito. Para que o quadro mude � discutida a possibilidade de interven��o por parte da dire��o nacional do PSB para manter a principal reivindica��o dos petistas, a coliga��o proporcional. Do lado do PT, ningu�m acredita em interfer�ncias.
A reviravolta foi causada por uma carta enviada � conven��o petista pelo PSB em que o presidente municipal, Jo�o Marcos Lobo, deixou claro que a legenda “decidiu lan�ar chapa pr�pria para a elei��o dos vereadores”. At� ent�o, a expectativa – e exig�ncia – do PT para se manter na alian�a era a composi��o na briga pelas 41 cadeiras de vereador. A carta foi lida em uma reuni�o tensa e marcada pela emo��o. Os 11 petistas que votaram pela candidatura pr�pria reclamaram de “trai��o” por parte do PSB e reafirmaram a necessidade de o PT de Belo Horizonte se impor.
“Quem est� rompendo � o PSB, ao nos desrespeitar e descumprir um acordo. Ou n�s nos colocamos como partido ou n�o seremos mais nada”, afirmou Carvalho, ao proferir seu voto, sendo fortemente aplaudido. At� ent�o, a conven��o marcada para as 17h de ontem serviria apenas para que os cerca de 500 convencionais homologassem o nome de Miguel Correa Jr. como candidato a vice de Lacerda e a alian�a com o PSB para a chapa de vereadores. Sem ter o partido do prefeito na coliga��o, a expectativa do PT era eleger tr�s ou quatro vereadores – contra os atuais sete –, da� a op��o por lan�ar candidato pr�prio, o que fortalece a legenda e a chapa proporcional.
A Executiva Nacional do PT se esquivou ontem de comentar o resultado final. A reportagem tentou falar por v�rias vezes com o presidente nacional do PT, deputado estadual em S�o Paulo Rui Falc�o, sobre a possibilidade de interven��o, mas ele n�o retornou as liga��es. A vereadora Neusinha Santos, aliada de Roberto Carvalho, disse que o diret�rio municipal teve a garantia do comando nacional de que n�o intervir�. Membro do diret�rio nacional, Gleber Naime referendou: “A dire��o nacional acompanhou o compromisso do PSB de fazer a coliga��o proporcional. Acho que a nacional n�o vai intervir”.
Trai��o
Logo depois da decis�o do PT , o deputado federal Miguel Correa Jr., o ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior Fernando Pimentel, o presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes – que haviam comparecido � conven��o do PSB que confirmou Lacerda –, e outras lideran�as favor�veis � alian�a com os socialistas se reuniram. Eles teriam recebido a garantia do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, de que ser� revista a decis�o da legenda na capital, de forma a assegurar o acordo em torno da proporcional. O processo seria conduzido pelo secret�rio nacional do PSB, Carlos Siqueira, que desembarca hoje � noite em Belo Horizonte.
Caso contr�rio, o grupo petista que at� ent�o defendia a alian�a com Marcio Lacerda promete fazer campanha para Roberto Carvalho, at� porque tamb�m classificaram a atitude dos socialistas como trai��o. Na ata da conven��o realizada ontem ficou em aberto o nome do candidato a vice-prefeito e a chapa de vereadores. Isso porque o PT ainda vai conversar com lideran�as do PRB, PC do B e do pr�prio PMDB, que j� oficializou a candidatura a prefeito do deputado federal Leornardo Quint�o. O objetivo do PT � repetir em Belo Horizonte a alian�a que elegeu Dilma Rousseff (PT) presidente da Rep�blica e Michel Temer (PMDB) como vice-presidente. Lacerda n�o foi encontrado para comentar o rompimento do PT.