Bras�lia – A Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Cachoeira perdeu mais um dia de trabalho e ontem deu um passo definitivo para romper o recesso parlamentar, de 17 de julho a 1º de agosto, em estado agonizante. Por diferentes raz�es, os quatro convidados a prestar depoimento n�o foram ouvidos. A sess�o aberta acabou sem resultados e deu lugar a uma reuni�o privada, em que PT e PSDB come�aram a tentar acertar o passo rumo a um armist�cio para a investiga��o n�o chegar a lugar algum.
Parlamentares presentes ao encontro, no gabinete do presidente do colegiado, senador Vital do R�go (PMDB-PB), relataram momentos de defesa partid�ria expl�cita e trocas de afagos entre integrantes da oposi��o e da base aliada. Quando a conversa chegou � possibilidade de convoca��o do dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, e do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Ant�nio Pagot, o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), alertou os colegas sobre o risco que ambos representam. "Se eles vierem, esta CPI, em ano eleitoral, vai virar um tiroteio entre os partidos".
A converg�ncia de interesses se explica: enquanto os tucanos j� contabilizam as perdas provocadas pelas den�ncias contra o governador de Goi�s, Marconi Perillo (PSDB), a crise volta a bater � porta dos petistas nos �ltimos dias. O prefeito de Palmas, Ra�l Filho (PT-TO), foi flagrado em um v�deo oferecendo facilidades � organiza��o criminosa comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em troca de financiamento de campanha.
A estrat�gia petista havia sido acertada na noite anterior, na casa do l�der da legenda na C�mara, Jilmar Tatto (PT-SP). Senadores e deputados da base aliada reafirmaram no encontro o compromisso de trabalhar arduamente para impedir a ida de Cavendish e Pagot � comiss�o. Os dois s�o amea�a concreta ao Pal�cio do Planalto. A construtora Delta, que teria Cachoeira como s�cio oculto, mant�m diversos contratos com o governo federal, enquanto Pagot afirma que a press�o exercida pela quadrilha comandada pelo bicheiro o for�ou a deixar o cargo no Dnit.
A reuni�o no gabinete do senador Vital do R�go (PMDB-PB), inicialmente, tinha o objetivo discutir altera��es em alguns ritos adotados pela CPI at� ent�o. Entre eles, o de liberar testemunhas que n�o forem prestar esclarecimentos quando convocadas, direito garantido na Constitui��o. Alguns integrantes da CPI defendem que ela permane�a na sala enquanto houver parlamentares dispostos a fazer perguntas, mesmo sabendo que, em casos como este, o depoente costuma respond�-las todas da mesma forma: "Reservo-me o direito de ficar em sil�ncio". Nada ficou acertado. Todas as pend�ncias, inclusive convoca��es, ser�o votadas na reuni�o administrativa, marcada para amanh�. (Colaborou Larissa Leite)