Situa��o de prefeito de Palmas complica depois de depoimento � CPI

Bras�lia – O prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), saiu da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Cachoeira em situa��o mais cr�tica do que entrou. Respostas como "n�o sei" e "n�o me recordo", al�m da aus�ncia de uma explica��o contundente sobre os contratos sem licita��o assinados com a construtora Delta e questionados pelo Minist�rio P�blico do estado (MP-TO), deixaram a certeza para quase todos os parlamentares presentes � sess�o de ontem que o nome do comandante do Executivo palmense constar� na lista de pedidos de indiciamento a ser enviada pelo colegiado para o Minist�rio P�blico Federal ap�s a investiga��o.

O prefeito, flagrado em um v�deo oferecendo facilidades ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em troca de financiamento de campanha, colocou � disposi��o do colegiado a quebra de seus sigilos telef�nico, fiscal e banc�rio. Ele negou ter recebido R$ 150 mil e o patroc�nio do bicheiro para realizar um show do cantor Amado Batista para promover sua campanha � prefeitura em 2004.

Indagado qual era sua motiva��o ao sugerir facilidades a Cachoeira, o depoente deu a entender que sua inten��o era ludibriar o contraventor, segundo ele, �nica alternativa para convenc�-lo a doar recursos. "Mesmo que quisessem ajudar, os empres�rios tinham medo de doar a candidatos da oposi��o. Gerei uma falsa expectativa para ele. N�o h� nada que vincule Cachoeira � Prefeitura de Palmas. Somos v�timas de uma coisa que acontece no Brasil: est�o nos colocando como boi expiat�rio (sic)", argumentou, tentando referir-se � express�o bode expiat�rio.

De acordo com Raul Filho, nos �ltimos seis anos, a Delta assinou cinco contratos com o munic�pio para promover a coleta de lixo, entre outros servi�os, sendo quatro deles sem licita��o, e recebeu cerca de R$ 70 milh�es. A Pol�cia Federal aponta Cachoeira como s�cio oculto da empreiteira. Raul Filho afirmou que s� encontrou o bicheiro duas vezes, a primeira delas em 1994. Ele disse que n�o tinha conhecimento da grava��o e que, em 2004, encontrou-se com o contraventor por sugest�o de um amigo, mas que n�o sabia qual ramo de atua��o de Cachoeira.

Se as evid�ncias j� expunham Raul Filho, a aus�ncia de apoio do seu partido tornou ainda mais complicada a situa��o dele. Durante a sess�o de ontem, nenhum correligion�rio do prefeito pediu a palavra para defend�-lo ou fortalecer os poucos argumentos que ele apresentou. Campo aberto para a posi��o e at� integrantes da base tritur�-lo com perguntas sem resposta e ataques expl�citos. "Ent�o aquele v�deo em que o senhor entrega Palmas � quadrilha de Cachoeira � fic��o?", disparou o deputado Rubens Bueno (PPS-PR).