Bras�lia - Por 56 votos a 19, o Senado aprovou nesta quarta-feira a cassa��o do mandato do senador Dem�stenes Torres. Houve cinco absten��es no processo de vota��o secreta. Assumir� o mandato de senador o primeiro suplente de Dem�stenes, Wilder Pedro de Morais, que � ex-marido de Andressa Mendon�a, atual mulher do empres�rio Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Dem�stenes foi condenado � perda de mandato pela acusa��o de ter se colocado a servi�o da organiza��o criminosa supostamente comandada por Cachoeira.
Assim que o resultado foi divulgado pelo painel do Senado, Dem�stenes n�o esperou a proclama��o pelo presidente do Senado, Jos� Sarney. Ele se levantou, acompanhado de seu advogado, e seguiu para elevador privativo que o levou at� a sa�da do Senado. Sem dar entrevista, Dem�stenes entrou no carro de deixou a Casa.
Dem�stenes reclamou de ter sido chamado de "bra�o pol�tico" e de "despachante de luxo" de Carlinhos Cachoeira, acusado pela Pol�cia Federal de comandar uma organiza��o criminosa com a participa��o de pol�ticos e empres�rios. "Fui mo�do, triturado, achacado na minha dignidade", reclamou o senador. “Fui chamado de despachante de luxo, bra�o pol�tico. Como � que eu vou me defender disso, se � como acusar a mulher de vagabunda. Tudo que ela disser v�o dizer que ela est� equivocada.”
Dem�stenes lembrou que em 2004, a Pol�cia Federal realizou a Opera��o Vampiro que investigou fraudes em compra de medicamentos, �poca em que Humberto Costa era ministro da Sa�de do governo de Luiz In�cio Lula da Silva.
Ele tamb�m negou ter mentido no plen�rio do Senado ao se defender das den�ncias. "Eu n�o menti aqui. Eu tenho a conduta parlamentar impec�vel. Quantas vezes eu procurei um senador aqui para pedir qualquer favor para Carlinhos Cachoeira?", questionou Dem�stenes.
O senador disse ainda que est� sendo visto como um "bode expiat�rio". “Querem me pegar porque vai ficar mal para a imagem do Senado", destacou Dem�stenes. O senador repetiu que a mentira n�o configura quebra de decoro parlamentar. "Eu n�o menti, mas mentir n�o � quebra de decoro. Um senador n�o pode ser julgado pelo que fala na tribuna porque sen�o n�o sobra ningu�m", atacou Dem�stenes.
Antes do discurso de Dem�stenes, o advogado Ant�nio Carlos de Almeida Castro, ocupou por 15 minutos a tribuna do Senado. Ele defendeu que Dem�stenes foi alvo de uma campanha difamat�ria e que � acusado por grava��es que foram feitas de forma ilegal pela Pol�cia Federal. Al�m disso, de acordo com o advogado, os vazamentos criminosos das grava��es ocorreram com o objetivo de provocar um prejulgamento tanto na justi�a quanto no Senado.
"Estamos aqui para falar da vida de um senador que foi submetido a grava��es iligais", disse o advogado. “Foram tr�s anos um senador da Rep�blica gravado indevidamente, ilegalmente”, enfatizou.
O advogado apelou para que os senadores esperassem o julgamento na Justi�a para depois decidir sobre o mandato de Dem�stenes. "L� [no julgamento na Justi�a] teremos o conforto da Constitui��o", disse o advogado. "A vida d�, nega e tira", ressaltou.
Almeida Castro tamb�m defendeu que a vontade dos eleitores de Dem�stenes deveria ser respeitada pelos senadores. "Mais de dois milh�es de eleitores trouxeram para c� o senador Dem�stenes Torres", disse o advogado.