Depois de novela, sete brigam pela prefeitura em Mariana

A primeira capital de Minas Gerais – Mariana, na Regi�o Central do estado – tem em sua tradi��o a efervesc�ncia pol�tica e n�o deve se desviar dela na segunda d�cada do s�culo 21. A cidade – ber�o do poeta da Inconfid�ncia Mineira Cl�udio Manoel da Costa – teve cinco prefeitos empossados nos �ltimos quatro anos e caminha para uma elei��o municipal agitada. Em 2008, o ex-prefeito Jo�o Ramos Filho (PTB), que seria candidato novamente, foi assassinado com quatro tiros no peito. O acontecimento marcou o in�cio de uma novela em torno do comando da prefeitura. O processo que investiga o assassinato aguarda j�ri popular. Agora, sete candidatos est�o na corrida pelo governo da cidade e tudo indica que a disputa ser� acirrada.

“A elei��o vai ser animada. O clima vai esquentar”, avalia o prefeito Roberto Rodrigues (PTB), que tenta a reelei��o. Outro nome forte na disputa � o ex-prefeito Celso Cota (PSDB). Al�m deles, s�o candidatos Chico da Farm�cia (PMN), Dr. Rodrigo Miranda (DEM), Neuza Zuzu (PSOL), S�nia Azzy (PV) e Val�rio Vieira (PSTU).

Al�m do PTB, mais cinco partidos integram a chapa de Roberto Rodrigues: PT, PCdoB, PTN, PDT e PPL. Ele conta com o apoio da ex-prefeita e correligion�ria Terezinha Ramos, vi�va de Jo�o Ramos, o pol�tico assassinado. Terezinha foi cassada em fevereiro por improbidade administrativa.

J� o tucano Celso Cota atraiu mais 14 partidos em sua campanha: PMDB, PPS, PSB, PSD, PP, PHS, PSC, PRB, PRTB, PRP, PSL, PTdoB, PTC e PSDC. Ele governou a cidade por dois mandatos, de 2001 a 2008, e tem o apoio de outro ex-prefeito: Roque Camello (PSDB), eleito em 2008 e cassado dois anos depois pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por compra de votos.

Cota se diz confiante e acredita que a campanha v� caminhar para a compara��o de gest�es anteriores dos grupos ligados ao PSDB e ao PTB, mas Roberto Rodrigues aposta que a elei��o ser� pautada por propostas. Uma discuss�o que pode dividir votos na cidade, avalia ele, � sobre o vetor que deve orientar o crescimento do munic�pio: se para o lado do Quadril�tero Ferr�fero ou a dire��o oposta.

A candidatura de Celso Cota como deputado estadual em 2010 chegou a ser protocolada, mas ele renunciou ao registro ap�s pedido de impugna��o pelo Minist�rio P�blico Eleitoral. “Quiseram vender uma imagem da nossa situa��o jur�dica que nunca foi verdadeira. N�s estamos com tudo regularizado”, comenta.

J� Roberto Rodrigues diz que sua coliga��o entrou com pedido de impugna��o da candidatura de Celso e responde: “Ele foi condenado a inelegibilidade por abuso de poder econ�mico em primeira e segunda inst�ncias, mas recorreu”.

A candidata S�nia Azzy acredita que os cidad�os de Mariana querem novidade. “Mariana est� come�ando a melhorar, mas precisa de algu�m que olhe realmente para o povo.” Ela defende que um centro de tratamento intensivo de sa�de seja constru�do na cidade.

Vaiv�m de prefeitos

A novela da Prefeitura de Mariana come�ou em janeiro de 2009, com a posse de Roque Camello (PSDB). Em abril de 2010 ele foi cassado por compra de votos, dando lugar � segunda colocada nas elei��es, Terezinha Ramos (PTB). Ela resistiu pouco tempo no cargo: em maio do mesmo ano foi afastada por suspeita de irregularidades na presta��o de contas de campanha. Raimundo Horta (PMDB), ent�o presidente da C�mara Municipal, foi empossado e ficou na cadeira at� janeiro de 2011, quando foi trocado pelo vereador Geraldo Sales (PDT). Em agosto, Terezinha reassumiu a prefeitura por decis�o do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), mas foi cassada, em fevereiro deste ano, por improbidade administrativa, dando lugar a Roberto Rodrigues (PTB).