O prefeito de S�o Paulo, Gilberto Kassab (PSD), promulgou nesse s�bado a lei que muda o nome do Viaduto General Milton Tavares de Souza (1917-1981), na Penha, zona leste de S�o Paulo, para Viaduto Domingos Franciulli Netto, ministro do Superior Tribunal de Justi�a (STJ) morto em 2005. Retira-se assim uma homenagem a um dos expoentes do regime militar no Brasil.
Um dos generais mais linha dura dessa �poca, “Miltinho”, como era conhecido, comandou o Centro de Informa��es do Ex�rcito. O pedido de retirada de seu nome de um dos viadutos sobre a Marginal do Tiet� foi feito a Kassab por pol�ticos do PCdoB que integraram seu governo, retomando projeto de 2006 do prefeito Jos� Serra.
Na �poca da aprova��o do projeto pela C�mara, o atual presidente Jos� Police Neto, destacou que h� uma demanda da sociedade pela altera��o de nomes do per�odo militar que n�o poderia mais ser ignorada pelos vereadores. “N�o podemos nos furtar a esse debate.”
Mas a proposta � pol�mica. O engenheiro Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975), encontrado enforcado nos por�es da ditadura, por exemplo, � contra a altera��o. “N�o devemos apagar nomes ruins.” Ele defende que opositores daquele regime virem logradouros, como o jornalista Perseu Abramo (1929-1996).
Mas n�o � uma a��o sem import�ncia nomear um endere�o. Por isso, s� figuras de proje��o hist�rica e social devem inspirar homenagens. � o que diz a historiadora Maria Aparecida de Aquino professora da Universidade de S�o Paulo (USP). “Esse general � uma figura sobre a qual pairam extremas d�vidas. Na �poca, quando a ditadura perdia for�a, parte da sociedade questionava se o viaduto devia receber o nome, pela relev�ncia e pelos aspectos da sua contribui��o.”
J� a professora Am�lia Teles, da comiss�o de familiares de v�timas da ditadura, diz que as denomina��es devem ser trocadas, desde que se preserve em um ponto o nome antigo. “Devem p�r uma placa explicando que a via tinha outro nome e foi mudado porque tal pessoa foi parte da repress�o que matou, estuprou e ocultou cad�veres.”
“Miltinho” morreu de ataque card�aco em junho de 1981, quando comandava o 2.º Ex�rcito. Mas uma pra�a na Vila Maria, zona norte, ainda deve conservar o seu nome. S� resta saber at� quando.