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Estado de Minas

Passos de Pel� no radar dos militares durante a ditadura

Arquivos da ditadura revelam que o jogador foi investigado, sob suspeita de envolvimento com o PDT, de Leonel Brizola


postado em 24/07/2012 06:00 / atualizado em 24/07/2012 06:39

(foto: Domicio Pinheiro/AE - 1/1/70)
(foto: Domicio Pinheiro/AE - 1/1/70)

 

Documentos do Minist�rio da Aeron�utica e do Servi�o Nacional de Informa��es (SNI) tornados p�blicos ap�s a entrada em vigor da Lei de Acesso � Informa��o revelam que o atleta considerado o rei do futebol teve os passos monitorados de 1972 a 1985 pelos militares. Pap�is que fazem parte do acervo do Arquivo Nacional registram relat�rios de arapongagem feitos sobre os neg�cios imobili�rios de Pel�, a negocia��o do �dolo para alterar a classifica��o et�ria de um filme que estrelou e at� mesmo a suposta milit�ncia de um de seus funcion�rios.

Depois de o jogador consagrar-se com o tricampeonato mundial, os militares passaram a temer suposta aproxima��o de Pel� com o PDT, de Leonel Brizola. No in�cio da d�cada de 1980, eles chegaram � conclus�o de que o atleta usaria o prest�gio do futebol na vida p�blica. Informes relatam que ele estava sendo recrutado pelos pedetistas para se candidatar como vice-governador na chapa de Adhemar de Barros, em 1986.

“Ap�s o ingresso de David Lerer, Oswaldo Melantonio e diversos sindicalistas, o PDT estaria pretendendo ‘comprar o passe’ de Edson Arantes do Nascimento – Pel�, para entrar na pol�tica atrav�s do partido de Brizola. Acreditam os pedetistas que Pel� dever� se candidatar a algum cargo, n�o sabendo por�m se para deputado federal, senador ou para vice de Adhemar de Barros na disputa para o governo do estado”, assinala relat�rio da Aeron�utica.

Funcion�rio

Documentos de 1974 mostram que os militares dedicaram dois relat�rios para avaliar suposta mensagem subliminar contida na Campanha da Fraternidade do mesmo ano. Com o tema “Onde est� o teu irm�o?”, os cat�licos provocaram os militares, pois, � �poca, a frase foi relacionada �s den�ncias de opositores do governo de farda que desapareceram. Funcion�rio de Pel� identificado como Francisco Fornos nos documentos da ditadura foi investigado por supostamente ter usado o mote da Campanha da Fraternidade para protestar.

O irm�o do funcion�rio de Pel� investigado pela ditadura, Jos� Fornos Rodrigues, contou ao Estado de Minas que Francisco (falecido h� pouco mais de dois anos) prestou servi�os de consultoria ao “Rei” e a outros dois jogadores em 1973 e 1974. Francisco Fornos era despachante aduaneiro no Porto de Santos. “Meu irm�o entendia da burocracia  e de com�rcio exterior. Ele ficou s� um ano com o Pel�, at� que a empresa de que cuidava deu a partida”, lembra .

Segundo Rodrigues, o irm�o era um militante petista, cat�lico, defensor da teoria libert�ria e que nunca participou de qualquer luta armada. “Ele era um idealista e sonhava com um mundo melhor. N�o tinha nada a esconder. Ele cuidava do coro da igreja. Nunca se envolveu com grupos armados. Contei que os militares investigaram o Francisco para a minha ex-cunhada (esposa dele), assim que recebi o e-mail do Estado de Minas,e ela deu risada. ‘Meu marido era um santo’, ela falou”, comentou Jos� Fornos.

Cinco anos depois, Pel� voltou a ser alvo de aten��o dos militares ao pleitear altera��o da restri��o et�ria do filme Os trombadinhas. A Divis�o de Censura de Divers�es P�blicas (DCDP), �rg�o ligado � Pol�cia Federal, entendeu como um ato de desobedi�ncia o “lobby” feito por Pel� para transformar a censura 14 anos em livre. Como “li��o”, o filme ficou retido por oito meses.

Copa contra militantes

Os militares usaram a Copa do Mundo de 1970 para tentar jogar a popula��o contra os movimentos de esquerda que faziam oposi��o � ditadura. Documentos do Minist�rio da Aeron�utica, de 1970, mostram que militares relacionaram o sequestro do embaixador alem�o Ehrenfried von Holleben, em junho, ao desempenho do Brasil em campo. A inten��o era sugerir que o atentado tinha influ�ncia no resultado da Sele��o Brasileira, comandada � �poca por M�rio Jorge Lobo Zagallo e que garantiu o tricampeonato brasileiro (Na foto, Pel� comemora o primeiro gol do Brasil na decis�o do Mundial). Nos relat�rios, os militares pontuam que o t�cnico e o time estavam “alarmados” e que o sequestro realizado no Rio de Janeiro poderia “influir no estado de esp�rito dos jogadores”, que estavam no M�xico. Em troca da liberdade do embaixador, os militantes exigiam a soltura de 40 presos pol�ticos. A a��o foi atribu�da � Vanguarda Popular Revolucion�ria e � Frente de Liberta��o Nacional.


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