
A defesa de Jos� Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, e acusado pelo Procurador-geral da Rep�blica (PGR), Roberto Gurgel, de ser a principal figura e operador do caso mensal�o, usou cerca de 48 minutos - ele tinha at� uma hora - para a sustenta��o oral. Primeiro a falar na sess�o desta segunda-feira, Jos� Luis Oliveira Lima come�ou dizendo que n�o iria pedir a absolvi��o de Dirceu pelo passado dele, mas porque n�o h� provas suficientes para uma condena��o. “O pedido de condena��o de Jos� Dirceu, com base nas provas dos autos, � o mais atrevido e escandaloso ataque � Constitui��o Federal”, afirmou o advogado, parafraseando a frase de Gurgel, dita na �ltima sexta-feira, quando o procurador fez a acusa��o contra 36 dos 38 r�us.
Ainda durante a argumenta��o, Oliveira Lima ressaltou que n�o havia um esquema de compra de votos. “N�o � verdade que existiu a propalada compra de votos”. Ele ainda acusou o Minist�rio P�blico de ter “fechado os olhos” para depoimentos que n�o comprovam a liga��o de Dirceu com o caso. “N�o h�, no entender da defesa, nenhuma prova, nenhum argumento, nenhuma circunst�ncia que incrimine o meu cliente Jos� Dirceu”, afirmou.
A defesa tamb�m sustentou que n�o existem provas que liguem o ex-ministro ao empres�rio Marcos Val�rio. “Jos� Dirceu foi um dos homens mais investigados, teve sigilos quebrados e nada, absolutamente nada se provou ou se comprovou na rela��o dele com Marcos Val�rio”, garantiu. Oliveira Lima usou depoimentos da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e de ministros em defesa de Dirceu. O advogado tem procurado rebater cada uma das acusa��es do Minist�rio P�blico para negar que seu cliente tenha sido o mentor do esquema. "Jos� Dirceu n�o � chefe de quadrilha, n�o; os autos falam isso", afirmou.
Ele recorreu tamb�m a declara��es de ministros petistas para dizer que o seu cliente n�o atuava na administra��o do PT quando estava na Casa Civil e n�o tinha conhecimento das a��es de Del�bio Soares, ent�o tesoureiro do partido. "Foram dezenas de depoimentos nesse sentido. O pr�prio Del�bio, quando � ouvido, esclarece essa quest�o. Depoimentos de ministros, como o atual ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo; o das Comunica��es, Paulo Bernardo, e Ideli Salvatti (Rela��es Institucionais), todos prestaram depoimento e inclusive afirmaram que tomaram conhecimento dos empr�stimos pela imprensa."
Para Lima, as declara��es devem ser consideradas pelos ministros do STF. "Se n�o pode se dar credibilidade a esses depoimentos, eles t�m de ser processados por falso testemunho."
Lima negou ainda que o cliente tenha impedido os �rg�os de controle de fiscalizar as movimenta��es financeiras que caracterizariam o esquema. Negou tamb�m qualquer rela��o entre seu cliente e o publicit�rio Marcos Val�rio.
Com Ag�ncia Estado