
O Minist�rio P�blico Estadual (MPE), em parceria com a Secretaria de Estado da Fazenda e com a Policia Militar, realizou nessa ter�a-feira uma s�rie de buscas e apreens�es em Pirapora (Norte de Minas), para aprofundar as investiga��es sobre as den�ncias dos crimes de desvios de recursos p�blicos, lavagem de dinheiro e enriquecimento il�cito, que pesam contra o prefeito da cidade, Warmillon Fonseca Braga (DEM).
O trabalho faz parte da Opera��o Waterloo, comandada pelo MPE, atrav�s da Procuradoria de Justi�a Especializada de Combate aos Crimes Praticados por Agentes Pol�ticos Municipais e do Grupo Especial de Promotores de Justi�a de Defesa do Patrim�nio P�blico (GEPP). O nome da opera��o � uma refer�ncia � batalha que marcou o decl�nio do imp�rio napole�nico.
As buscas foram realizadas na prefeitura e na resid�ncia do prefeito e em propriedades rurais e empresas, que seriam ligadas a Warmillon e parentes dele, em Pirapora e em Montes Claros. As dilig�ncias foram autorizadas pelo Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG), com o objetivo de concluir as investiga��es sobre as den�ncias de fraudes em licita��es para contrata��o do servi�o de coleta de lixo da cidade e para o fornecimento de combust�veis para a prefeitura.
De 2005 at� agora, segundo o MPE, os contratos envolveram cerca de R$ 8 milh�es – sendo R$ 6 milh�es da limpeza p�blica e R$ 2 milh�es referentes � compra de combust�veis. “H� fortes ind�cios de que parte consider�vel dos recursos foi desviada”, afirmou o procurador Elias Cordeiro, da Procuradoria de Combate aos Crimes Praticados por Agentes Pol�ticos. Ele disse que houve buscas em dois postos de combust�veis, que o MPE suspeita terem v�nculo direto com o chefe do executivo, embora estejam em nome de outras pessoas.
Elias Cordeiro disse que as investiga��es foram intensificadas depois que uma inspe��o realizada h� algum tempo na prefeitura de Pirapora pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), em atendimento a pedido do Minist�rio P�blico de Contas (MPC), encontrou ind�cios de direcionamento nas licita��es para o servi�o de coleta de lixo, que � pago por horas trabalhadas, sem o controle efetivo da prefeitura – e para o fornecimento de combust�veis para a administra��o municipal.
“Foram encontradas notas de venda de 600 litros de combust�veis para abastecer o mesmo veiculo no mesmo dia. Tamb�m h� registro de motoristas com 24 horas de trabalho ininterrupto, bem como o registro de condu��o simult�nea de ve�culos por motoristas da empresa contratada. "Isso indica o desvio de recursos p�blicos”, afirma o procurador.
Durante a opera��o, foram apreendidos computadores, arquivos, notas fiscais e outros documentos que, conforme o representante Elias Cordeiro, v�o subsidiar a��es criminais e civis que o MPE dever� ajuizar contra o prefeito de Pirapora. Uma cunhada e uma sobrinha de Warmillon tamb�m s�o alvo das investiga��es, devido � suspeita de que seriam “laranjas” do chefe do executivo – h� ind�cios de que existem bens em nome delas e que, na verdade, pertencem ao prefeito.
O procurador Elias Cordeiro lembra que em um per�odo de 16 anos, o patrim�nio de Warmillon Braga, que tamb�m � empres�rio, saltou de pouco mais de R$ 200 mil para mais de R$ 30 milh�es. “Trata-se de uma evolu��o patrimonial at�pica”, observa o representante do Minist�rio P�blico. Antes de Pirapora, Warmillon foi prefeito de Lagoa dos Patos.
Outro lado
Ouvido no final da tarde de ontem, o prefeito de Pirapora, Warmillon Fonseca Braga (DEM), negou todas as den�ncias contra ele investigadas na opera��o Waterllo. “Tudo n�o passa do resultado de uma a��o dos nossos opositores pol�ticos, levando os �rg�os de controle externo, mais uma vez, a medidas exageradas.Outras a��es dessa natureza j� foram realizadas e inqu�ritos foram abertos. Mas todos foram arquivados, por n�o existir nenhuma prova”, argumentou.
Ele disse desconhecer qualquer irregularidade nos contratos firmados pela prefeitura para aquisi��o de combust�veis e para o pagamento de servi�os de limpeza p�blica. Sobre a suspeita, levantada pelo MPE, de que os postos combust�veis que fornecem para o munic�pio seriam ligados a ele, o chefe do executivo respondeu: “daqui a pouco v�o dizer que o Banco do Brasil tamb�m � meu, pois tenho conta l�”.
Em rela��o ao crescimento do seu patrim�nio, Warmillon Braga explicou : “Na verdade, a quantidade de im�veis, carros e outros bens meus n�o mudou nada. O que aconteceu foi que, numa transa��o banc�ria, atualizei os valores do meu patrim�nio, pois os valores anteriores eram os valores de origem, da �poca da aquisi��o dos bens, alguns at� em antigos cruzados e em cruzados novos”.