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Estado de Minas

CPI do Cachoeira: Quadrilha ainda atua como m�fia

Procuradores dizem que a organiza��o criminosa imp�e lei do sil�ncio aos c�mplices como lealdade ao chefe preso


postado em 22/08/2012 06:00 / atualizado em 22/08/2012 06:57

Bras�lia – A quadrilha comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tem caracter�sticas t�picas de grupos mafiosos e continua atuando, mesmo ap�s a pris�o do bicheiro, com amea�as a agentes do poder p�blico. A conclus�o � dos procuradores da Rep�blica L�a Batista de Oliveira e Daniel Rezende Salgado, respons�veis pelas investiga��es que desvendaram o poderio do grupo. Os dois prestaram depoimento ontem � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) mista do Cachoeira, no Senado.

L�a relatou que foi v�tima de algumas tentativas de intimida��o e indicou que apenas a��es de repress�o aos lucros da organiza��o criminosa poder�o desmantelar a quadrilha. A procuradora disse que recebeu e-mails an�nimos com amea�as e que, no fim do m�s passado, uma mulher tentou entrar no apartamento dela �s 5h45m, mas foi barrada pelo porteiro do pr�dio. Al�m disso, ainda segundo a procuradora, o carro que ela usa foi marcado com tinta spray, levantando a suspeita de que poderia ser alvo de um atentado. O Minist�rio P�blico Federal coloca � disposi��o dois ve�culos da mesma marca. Um � usado pela procuradora e o outro pela equipe de seguran�as.

"Essa organiza��o n�o foi totalmente desarticulada. Isso s� vai ocorrer quando sufocarmos o bra�o empresarial e financeiro da quadrilha, que continua fazendo amea�as e chantagens. Trata-se de uma m�fia, com caracter�sticas cl�ssicas, como c�digo de sil�ncio orquestrado. Tanto aqui, na CPI, quanto na Justi�a Federal, todos os integrantes se recusaram a falar, para manter a lealdade ao chefe, o Cachoeira, mesmo ele estando preso", exemplificou L�a Batista.

Desde o in�cio do depoimento, os procuradores deixaram claro que iriam se ater somente �s perguntas relacionadas ao bra�o operacional da quadrilha voltado � explora��o de jogos ilegais. Eles argumentaram que n�o tinham iniciado a an�lise dos elementos da investiga��o relacionados � atua��o pol�tica de Cachoeira e seus aliados, como os contatos com parlamentares, a rela��o com a Construtora Delta e a participa��o em esquemas para fraudar licita��es p�blicas.  "Ainda n�o conseguimos avan�ar na apura��o sobre o patrim�nio e a lavagem de dinheiro", justificou Daniel Salgado, depois de informar que o trabalho foi muito prejudicado pelo grande n�mero de agentes de seguran�a do estado que serviam � quadrilha do bicheiro.

Sem grampos

Os procuradores expuseram ainda a precariedade de infraestrutura para monitorar a organiza��o criminosa. De acordo com eles, somente quatro agentes e um delegado da Pol�cia Federal foram destacados exclusivamente para trabalhar nas opera��es Vegas e Monte Carlo, que desvendaram a atua��o do grupo criminoso em Goi�s. Por causa disso, alguns suspeitos sequer tiveram seus telefones grampeados.

L�a aproveitou a presen�a dos parlamentares para fazer um desabafo. Disse que est� preocupada com o que acontecer� com ela e com o colega quando eles n�o puderem mais contar com as equipes de seguran�as que os protegem 24 horas por dia. "A prote��o, enquanto h� esse burburinho, � uma coisa. Depois que passa, � outra. N�o sei como estaremos eu e Daniel daqui a dois anos", afirmou.

Para hoje est�o previstos os depoimentos de Jayme Rinc�n, ex-tesoureiro da campanha do governador de Goi�s, Marconi Perillo, e do ex-corregedor da Pol�cia Civil de Goi�s Aredes Correia Pires. Ambos, por�m, j� conseguiram no Supremo Tribunal Federal (STF) habeas corpus para permanecerem calados na sess�o da CPI.


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