Equipe de Haddad grava em favela que incendiou

Logo ap�s as equipes dos Bombeiros controlarem o inc�ndio na Favela do Moinho, na zona oeste de S�o Paulo, uma equipe do candidato Fernando Haddad (PT), com cinegrafista, operador de �udio e dois produtores, pegava depoimentos de fam�lias desabrigadas. Eram 10h20 quando um dos jornalistas que acompanhava o grupo mandou o c�mera focar na desabrigada Joazina Pereira, de 38 anos, que fazia cr�ticas ao bolsa-aluguel da Prefeitura e ao prefeito Gilberto Kassab (PSD).

"Esse Kassab n�o quer dar moradia para n�s, ele quer � deixar a gente na rua, sem nada", bradava a desabrigada. A equipe que fazia as grava��es � da P�lis Produtora, uma das respons�veis por fazer imagens para a campanha do petista. Indagado pela reportagem do Grupo Estado se era de alguma campanha pol�tica, o jornalista que estava com o grupo admitiu que fazia imagens para a campanha do PT.

"Sou da produtora do Jo�o Santana, vim aqui porque o Haddad tem um trabalho aqui na comunidade", argumentou o jornalista, que pediu para n�o ter o nome citado em reportagem. Procurada, a assessoria de imprensa do candidato confirmou que uma equipe foi gravar imagens na favela. "O Haddad j� visitou a comunidade e se sensibilizou com a situa��o dos desabrigados. A equipe esteve no local pela relev�ncia jornal�stica do fato. N�o temos decis�o de as imagens ser�o ou n�o usadas", informou a assessoria do candidato.

Os profissionais ligados � campanha do PT estavam entre os primeiros a entrar na favela logo ap�s o inc�ndio ser controlado por volta das 9 horas. Eles tentavam fazer depoimentos particulares e tentavam impedir que outros rep�rteres entrassem na entrevista, para n�o atrapalhar as imagens. Um fot�grafo e um operador de �udio ajudavam a fazer a "produ��o", com perguntas sempre direcionadas para serem respondidas com cr�ticas.

Os produtores tamb�m fizeram imagens de barracos destru�dos e das fam�lias desabrigadas que permaneciam acampadas na rua ao lado da favela. Eles tamb�m acompanharam o drama da dona de casa Valmira dos Santos, de 36 anos, que perdeu tudo e n�o tinha para onde ir com o marido e os seis filhos. "Esse bolsa-aluguel do Kassab n�o resolve nada, n�s queremos � moradia", criticava.

A pr�-candidata Soninha Francine (PPS) tamb�m esteve pela manh� na Favela do Moinho e prestou solidariedade aos cerca de 300 desabrigados. Equipes da Prefeitura ainda cadastram as fam�lias que ser�o encaminhadas para algum dos 40 centros de acolhida municipais localizados na regi�o central.

Parte das fam�lias, por�m, n�o quer ir para abrigou ou bolsa-aluguel. Eles querem a garantia da Prefeitura de que v�o receber moradia em algum futuro conjunto habitacional da Cohab. "Quem consegue alugar im�vel no centro com R$ 300 de bolsa-aluguel, fora a conta de luz e o IPTU?", indaga o torneio mec�nico desempregado Augusto Vieira, de 41 anos, morador no Moinho desde 2004.