S� o PL cooptou 23 deputados com o mensal�o, diz Barbosa

O pagamento de mensal�o a partidos da base financiou a compra do passe de deputados de outras legendas, inclusive da oposi��o. O relator do processo do mensal�o no Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, afirmou que o repasse de recursos milion�rios pelo "partido do governo" ao PTB, PP e PL foi usado tamb�m para inflar a base de sustenta��o do governo Lula.

O relator do processo afirmou que as bancadas do PTB e PL (atual PR) dobraram de tamanho no per�odo em que receberam mensal�o. Somente o PL, esmiu�ou Barbosa, cooptou 23 deputados no per�odo. A bancada do PP cresceu 30%, conforme o relator, tamb�m no per�odo em que os repasses eram feitos.

Na segunda-feira, quando o tribunal come�ou a julgar os parlamentares beneficiados pelo mensal�o, Joaquim Barbosa afirmou que o governo, por meio do PT, comprava os votos de deputados para garantir a aprova��o de projetos de interesse do Executivo. E sepultou a tese encampada pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, pelo PT e pelos advogados dos r�us de que o dinheiro serviu para o pagamento de despesas de campanha, gastos que configurariam a pr�tica de caixa dois.

O ent�o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, recebeu R$ 10 milh�es, conforme admitiu o operador do mensal�o, o empres�rio Marcos Val�rio. O PP recebeu R$ 4,1 milh�es do esquema. E o PTB recebeu em torno de R$ 5,5 milh�es.

O dinheiro era repassado pelo PT para que os deputados votassem de acordo com os interesses do governo. O relator do processo citou, para comprovar a compra de votos, a aprova��o das reformas Tribut�ria e da Previd�ncia. A troca de partidos, financiada pelo mensal�o, tamb�m ajudaria o governo a obter maioria para a aprova��o de projetos, especialmente das reformas que, por serem emendas constitucionais, exigiam maioria qualificada.

Na segunda-feira, o relator do processo j� havia julgado que o governo Lula, por meio do PT, comprou o ingresso do PP na base aliada. A legenda apoiou a candidatura de Jos� Serra (PSDB-SP) e no in�cio de 2003, mantinha-se na oposi��o ao governo. Depois, mudou de lado.