Brasil n�o seria o mesmo sem o PT, diz Lula em com�cio

O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse neste domingo (23) que o Brasil n�o seria o mesmo sem o PT. "Quando fazem cr�ticas ao PT, a gente tem de fechar os olhos e imaginar o Pa�s sem o PT. Sem o PT, o Brasil n�o seria esse Pa�s alegre que � nem esse Pa�s orgulhoso que �", afirmou em com�cio em Santo Andr�, na Grande S�o Paulo.

A defesa do partido feita por Lula coincide com o julgamento do mensal�o pelo Supremo Tribunal Federal (STF), processo que envolve v�rios nomes petistas e virou arma eleitoral da oposi��o. Al�m disso, o fato de que Lula teria sido apontado como suposto chefe do esquema do mensal�o pelo publicit�rio Marcos Val�rio levou o PT e partidos aliados a divulgar nota de desagravo nesta semana.

Hoje, depois de lembrar greves que liderou na regi�o em 1978, Lula disse que muitas coisas aconteceram no Brasil nesses 34 anos e que a cria��o do partido, em 1980, "foi praticamente o come�o da conquista da democracia no Pa�s". Ainda recorrendo �s greves para lembrar a for�a dos trabalhadores, Lula convocou a milit�ncia a "voltar a ter aquele orgulho que sempre tivemos" e "virar o jogo" nas urnas nas elei��es municipais de 7 de outubro. "Vamos pegar nossa bandeira, visitar rua por rua, com�rcio por com�rcio, f�brica por f�brica e defender nosso candidato", ensinou.

Dirigindo-se � plateia de 1,2 mil pessoas que ocupavam a Avenida Firestone com bandeiras e cartazes, ele fez um apelo: "Quero pedir a voc�s para n�o dar tr�gua e n�o ter raiva de ningu�m nem aceitar provoca��o. Quem tem o partido que temos e os candidatos que temos n�o precisa ter raiva de ningu�m."

O com�cio, em apoio ao candidato petista � prefeitura de Santo Andr�, Carlos Grana, que est� em segundo lugar nas pesquisas de inten��o de voto, teve a participa��o da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que foi secret�ria na cidade durante a gest�o do ex-prefeito Celso Daniel (PT). Ao lembrar o petista, Lula fez refer�ncia ao assassinato do ex-prefeito h� dez anos e � acusa��o de que foi um crime pol�tico.

"N�o vou falar muita coisa que aconteceu, mas os conservadores desta cidade chegaram ao absurdo de dizer que o PT tinha alguma coisa com a morte do Celso Daniel", afirmou. "Possivelmente para apagar a mem�ria daquele que foi o melhor prefeito que esta cidade j� teve."

Ainda lembrando sua trajet�ria pol�tica, o ex-presidente confessou que, ap�s perder a elei��o para o ex-presidente Fernando Collor de Mello, pensou em desistir. "Hoje, passado grande tempo, dou gra�as a Deus de ter perdido as elei��es que perdi e ter chegado ao poder com a experi�ncia e maturidade com que cheguei."

Em refer�ncia ao jornal O Estado de S. Paulo, Lula lembrou que, quando disputava o governo de S�o Paulo, fez um com�cio no Pacaembu e havia tanta gente que duvidou de uma pesquisa divulgada pelo jornal de que o PT teria apenas 10% dos votos. "Achei que o Estad�o estava mentindo, mas depois vi que estava certo e eu � que tive uma ilus�o de �tica naquele com�cio."

Lula aproveitou a presen�a da ministra para elogiar a presidente Dilma Rousseff. "A Miriam � como a Dilma, que dizem que � muito durona, quer mandar em tudo. Se n�o for durona, querem montar no cangote dela. Para proteger a mulher n�s criamos a Lei Maria da Penha. Queremos que a mulher repita neste Pa�s o que a Dilma est� fazendo. N�o � poss�vel governar este Pa�s se n�o for dura. � preciso fazer as coisas corretas como ela est� fazendo."

O ex-presidente criticou o atual prefeito da cidade, Aidan Ravin (PTB), candidato � reelei��o e � frente nas pesquisas, por ter sido contra a doa��o de �rea para uma universidade federal e defendeu o ProUni, uma das bandeiras do candidato do PT em S�o Paulo, Fernando Haddad. Segundo Lula, no ABC as universidades federais ter�o 25 mil alunos, "o dobro do que eles (da oposi��o) j� colocaram na USP (Universidade de S�o Paulo)."

Lula brincou com o fato de tomar muita �gua durante o discurso de 19 minutos, lembrando que est� curado do c�ncer na laringe, mas ainda tem um edema na garganta. "Seria bom se voc�s me dessem outra coisa e n�o �gua", disse.