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Estado de Minas

Barbosa diz que encontros de Dirceu contrariam defesa


postado em 03/10/2012 16:27 / atualizado em 03/10/2012 16:29

O relator do processo do mensal�o no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, afirmou que os encontros do ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu com altos dirigentes dos bancos Rural e BMG com a presen�a de Marcos Val�rio e Del�bio Soares contrariam as teses da defesa de que Dirceu n�o tratava de quest�es financeiras relativas ao PT nem tinha rela��es pr�ximas com Val�rio.

Barbosa iniciou o voto neste cap�tulo destacando trechos da acusa��o do Minist�rio P�blico. Na sequ�ncia, fez uma r�pida abordagem da defesa de Dirceu, mas j� a desqualificou. "Tudo isso poderia gerar duvida, mas o conjunto probat�rio n�o permite que se acolham os argumentos".

A partir da�, o relator come�ou a citar os encontros do ex-ministro com Val�rio e com as c�pulas dos bancos que realizaram os empr�stimos usados no esquema do mensal�o. Barbosa citou a coincid�ncia de datas de algumas dessas reuni�es com os cr�ditos concedidos �s empresas de Val�rio para a realiza��o de repasses a pol�ticos por indica��o de Del�bio.

O primeiro caso citado foi de uma audi�ncia do presidente do BMG Ricardo Guimar�es. O encontro aconteceu no dia 20 de fevereiro e teve a presen�a de Val�rio e Del�bio. Quatro dias depois o BMG liberou um empr�stimo de R$ 12 milh�es para a SMP&B, uma das ag�ncias do publicit�rio.

Na sequ�ncia, Barbosa destacou tr�s encontros de Dirceu com integrantes da c�pula do Rural, entre eles um com a presidente da institui��o, K�tia Rabello, j� condenada. Observou que uma dessas reuni�es aconteceu, segundo a pr�pria K�tia, no primeiro semestre de 2003. Em maio desse ano, o Rural liberou R$ 19 milh�es para a SMP&B. Outro encontro aconteceu em agosto de 2003. Mesmo sem a quita��o dos d�bitos anteriores, Val�rio conseguiu mais R$ 10 milh�es em cr�dito em dezembro do mesmo ano.

"A quest�o � que, embora o dinheiro fosse repassado por pessoas indicadas pelo tesoureiro do PT para alegado pagamento de d�vidas de campanha, n�o foi o presidente do PT quem se reuniu com a diretoria do banco Rural e BMG para essa finalidade. Foi o acusado Jos� Dirceu que se reuniu com dirigentes dessas duas institui��es antes das tomadas dos empr�stimos", disse o relator.

O ministro citou ainda um depoimento da esposa de Marcos Val�rio Renilda Santiago, no qual ela afirma que Dirceu sabia dos empr�stimos, segundo o que ouviu do marido. No depoimento, Renilda disse que o tema foi discutido em uma reuni�o de K�tia Rabello, Val�rio e Dirceu em Belo Horizonte. A reuni�o foi confirmada, mas o tema negado.

"Esse tema, sem d�vida, era de interesse do PT e tamb�m do governo porque os recursos obtidos atrav�s desse empr�stimo permitiu que a SMP&B funcionasse como uma central de pagamento a parlamentares da base aliada", disse Barbosa, destacando ainda que foi o Rural que forneceu um mecanismo de lavagem de dinheiro para o esquema.

O relator destacou que parte desses encontros foi negada inicialmente. "Os fatos j� mostrados aqui derrubam de uma vez a tese sustentada inicialmente de que Dirceu n�o tinha nenhuma rela��o com Marcos Val�rio. Mostrei aqui a s�rie de encontros que s� vieram a conhecimento no curso da instru��o", declarou.


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