Mal acabou uma elei��o, come�a outra para os vereadores de Belo Horizonte. Parlamentares reeleitos e novatos j� come�aram a articular grupos de apoio para a escolha do cargo mais cobi�ado na C�mara Municipal, a presid�ncia. A vota��o acontece em 1º de janeiro, mesmo dia em que os parlamentares da pr�xima legislatura tomam posse. Novato, Professor Wendell (PSB) – mesmo partido do prefeito Marcio Lacerda – quer ser o “representante da renova��o”. Ele tem o apoio do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Dinis Pinheiro (PSDB), e tenta convencer os colegas que tamb�m estreiam na C�mara a comprar a ideia.
Wendell tem disputa interna no partido com o vereador Alexandre Gomes (PSB), atual vice-presidente da Casa, que j� manifestou a alguns parlamentares que almeja o cargo. “J� conversei com a dire��o do partido, que deu liberdade”, ressaltou Wendell, acrescentando que h� possibilidade de os dois disputarem a presid�ncia. Ele contou que o partido – que dobrou as cadeiras na Casa, passando de tr�s para seis – tem pretens�es de assumir a presid�ncia, ao contr�rio da �ltima disputa, quando os tucanos garantiram o comando. O PSB fez um acordo com os tucanos, prevendo dividir os quatro anos da legislatura: se o pr�ximo presidente for de um partido, o outro ficaria em primeiro lugar na fila e assumiria a cadeira nos �ltimos dois anos do mandato.
A dobradinha PSB e PSDB na C�mara belo-horizontina foi acertada entre o prefeito Marcio Lacerda e o senador A�cio Neves (PSDB) em Bras�lia antes das conven��es que resultaram na alian�a entre os dois partidos que foi vitoriosa nas urnas. O vereador Pablito (PSDB) foi o indicado pelo senador na �poca para assumir a cadeira, mas nega que v� disputar a elei��o. Tamb�m no PSDB, o atual presidente, L�o Burgu�s, pode tentar a reelei��o. Nos bastidores, o que se fala � que h� disputa interna entre os dois. No decorrer da campanha, Burgu�s e Pablito tiveram diverg�ncias e chegaram a trocar farpas por meio do Twitter.
O PT, que tamb�m elegeu seis vereadores, deve lan�ar candidato � presid�ncia. O vereador Arnaldo Godoy (PT) diz que j� colocou seu nome � disposi��o do partido e que, por enquanto, n�o tem concorrentes dentro da legenda.
Caf� L�o Burgu�s promoveu um caf� da manh� ontem, na cobertura do Othon Palace Hotel, com vereadores novatos. Na vis�o de colegas, essa foi uma manobra para atrair votos � sua reelei��o para a presid�ncia. Na avalia��o de um vereador que n�o quis se identificar, Burgu�s estaria buscando apoio dos novos parlamentares porque muitos colegas colocam na gest�o do tucano no comando da Casa a responsabilidade pela derrota de alguns parlamentares. “L�o Burgu�s jogou a C�mara contra a popula��o”, ressaltou o pol�tico.
O presidente da Casa garantiu, no entanto, que o evento – onde diretores da Casa participaram– foi feito apenas para esclarecer quest�es burocr�ticas aos novatos. “Eu tive dificuldades quando entrei”, justificou. Ele acrescentou que ainda n�o definiu se vai disputar a reelei��o.
Mem�ria
Executivo acusado de interferir
O vereador L�o Burgu�s (PSDB) foi eleito presidente da C�mara Municipal de Belo Horizonte em dezembro de 2010, um domingo marcado por bate-bocas e acusa��es de interfer�ncia do Executivo no processo eleitoral. A expectativa era de que Henrique Braga (PSDB) disputasse o cargo com o colega de partido, pois contava com o apoio declarado de 18 vereadores. No entanto, ao longo da manh� de domingo o grupo foi reduzido para 12 pessoas – o que garantiria a vit�ria de L�o Burgu�s. Minutos antes da vota��o, foi anunciado acordo para chapa �nica. Defensores da candidatura de Henrique Braga creditaram a perda de apoio do vereador � presen�a do secret�rio de Rela��es Institucionais da Prefeitura de Belo Horizonte, Marcelo Ab-Saber (que acaba de ser reconduzido ao cargo, depois de ter se empenhado na campanha pela reelei��o de Lacerda), na Casa. A acusa��o foi de que ele teria conversado reservadamente com cada um dos vereadores para convenc�-los a trocar de voto. L�o Burgu�s foi eleito com 31 votos, dos 40 que estavam presentes. N�o votaram nele a bancada de seis vereadores do PT e Divino Pereira (PMN) , enquanto Fred Costa (PHS) e Maria L�cia Scarpelli (PCdoB) se abstiveram – essa �ltima para evitar uma expuls�o de seu partido.