
O que pensam os vereadores novatos que assumem uma cadeira na C�mara Municipal de Belo Horizonte em 1º de janeiro? Com essa pergunta, o Estado de Minas procurou os 22 pol�ticos que v�o renovar o Legislativo da capital para saber a opini�o deles sobre temas pol�micos, muito debatidos na atual legislatura e que devem voltar � pauta de discuss�o nos pr�ximos quatro anos: o aumento do sal�rio de vereador, a flexibiliza��o da lei do sil�ncio, a verticaliza��o da Pampulha, a venda de ruas, o fechamento dos supermercados aos fins de semana e a mudan�a da Feira de Arte e Artesanato da Afonso Pena, mais conhecida como Feira Hippie (veja quadro).
Apesar de serem assuntos que est�o na ponta da l�ngua do cidad�o, os futuros parlamentares que v�o representar os 1,86 milh�o de eleitores belo-horizontinos demonstraram n�o estar por dentro do que aconteceu na C�mara nos �ltimos quatro anos. Houve os que, temendo as cr�ticas, evitaram se posicionar. Dos 22 novatos, quatro preferiram n�o opinar sobre nenhum assunto abordado e tr�s n�o retornaram as liga��es: Wellington Magalh�es (PTN), Elvis C�rtes (PSDC) e Bispo Fernando (PSB).
O reajuste do sal�rio dos vereadores – por lei, o aumento s� vale para a legislatura seguinte � em que ele foi aprovado – foi o tema que mais dividiu opini�es, com sete votos contr�rios e seis favor�veis. Cinco vereadores eleitos n�o quiseram opinar e Marcelo Aro (PHS) alegou ter que consultar antes seus eleitores. Assim como os seis que defendem a ideia, ele garante ser contr�rio ao �ndice de 61,8%, que chegou a ser aprovado na Casa em dezembro do ano passado que acabou vetado pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB). A ideia � garantir a corre��o da infla��o. “Em compara��o com outras capitais do pa�s, o sal�rio de vereador em nosso munic�pio est� entre os menores. Todavia, n�o se deve cogitar o aumento salarial neste instante, visto que h� temas de maior prioridade”, observou �dson Moreira (PTN). “Sou contra o aumento abusivo dos sal�rios, por�m sou a favor da corre��o com base nas perdas provocadas pela infla��o”, argumentou Marcelo �lvaro Ant�nio (PRP).
Turismo
A verticaliza��o da Pampulha e a mudan�a da localiza��o da Feira Hippie foram os assuntos sobre os quais os futuros parlamentares tiveram maior cautela para opinar. Orlei (PTdoB) e Juninho Los Hermanos (PRB) s�o contr�rios � verticaliza��o na orla da lagoa, mas a admitem nos bairros ao redor. Pedr�o do Dep�sito (PTC) pensa que � importante levar em considera��o o crescimento da regi�o para receber os visitantes da Copa do Mundo, mas ressalta que “n�o se abuse do meio ambiente”. Jorge Santos (PRB) tentou explicar a dificuldade em tratar o tema. “A princ�pio n�o sou a favor de mais verticaliza��o em BH, visto que essa pr�tica diminui a qualidade de vida e gera s�rios problemas vi�rios. A Pampulha � uma bela regi�o e precisa ser considerada com maior profundidade. Seria imprudente dar uma resposta objetiva a essa pergunta, por�m, afirmar como vi�vel a verticaliza��o de toda a Pampulha seria uma irresponsabilidade”, esquivou-se.
Sobre a mudan�a da feira de artesanato, o placar ficou apertado: cinco a favor e sete contra. “Aprovo a mudan�a, desde que o novo lugar ofere�a acessibilidade, seguran�a e conforto para expositores, clientes e turistas”, ressaltou Marcelo Aro. J� Juninho (PT) alegou que a popula��o de Belo Horizonte “n�o tem nada contra a feira onde ela est�”.
Quando o assunto � o fechamento dos supermercados aos domingos e feriados, proposta que tramita na Casa, sete parlamentares sinalizaram que s�o contr�rios, enquanto tr�s veem a ideia com bons olhos. Para Orlei, esse � um assunto que “tem que ser decidido de acordo com cada regi�o pois h� muitas pessoas sem tempo para fazer compras nos dias de semana”. Pedro Patrus (PT) acha que o assunto deve ser mais debatido e Gilson Reis (PCdoB) � a favor da medida oferecendo em contrapartida a amplia��o da jornada dos estabelecimentos comerciais ao longo da semana al�m das 20h, criando dois turnos de trabalho.
Barulho
Em uma cidade onde h� um bar em cada esquina, a Lei do Sil�ncio � assunto debatido constantemente na C�mara em audi�ncias p�blicas com moradores e comerciantes. Dono de um bar no Bairro Al�pio de Melo, Juninho Los Hermanos (PRB) � um dos oito novatos contra a flexibiliza��o. Apenas Marcelo �lvaro Ant�nio (PRP) disse ser favor�vel a que a regra seja amenizada para manter a voca��o cultural da capital mineira. J� em rela��o a venda de ruas, ele � contra. Est� suspenso na C�mara um projeto de lei, de autoria do Executivo, que prev� a aliena��o de 91 terrenos e tr�s ruas. Nove vereadores compartilham da mesma opini�o dele. Jorge Santos pediu mais debates sobre a quest�o. “Ser totalmente contra, � engessar a din�mica natural e ser a favor, de forma indiscriminada, � ser irrespons�vel com a hist�ria da nossa cidade”, argumentou.