O futuro pol�tico do deputado federal Carlos Alberto Ler�ia (PSDB-GO) est� nas m�os do colega e relator da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) mista do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG). Um parecer da Corregedoria da C�mara recomendando a cassa��o do tucano aguarda encaminhamento para o Conselho de �tica da Casa h� tr�s meses, e agora foi limitado ao resultado da CPI. A decis�o de livrar Ler�ia da Justi�a pode tamb�m for�ar sua absolvi��o pol�tica. Mas Cunha, que acompanhou o trabalho da Corregedoria, j� d� sinais de que o caso n�o ser� ignorado. Na ter�a-feira, quando prestou depoimento ao colegiado e reafirmou a amizade com o bicheiro, Ler�ia intrigou o relator. “S�o v�nculos comprometedores. � uma rela��o muito semelhantes � de Dem�stenes Torres com Cachoeira”, declarou, comparando a situa��o � do ex-senador cassado em julho justamente por causa da liga��o com o contraventor.
Antes de ir para o Conselho de �tica, o relat�rio recomendando a cassa��o seguiu para a Mesa Diretora da Casa. Com o recesso parlamentar seguido do per�odo eleitoral, o comando da C�mara n�o se reuniu e o parecer ficou adormecido. Na �ltima semana, o presidente Marco Maia (PT-RS) indicou que n�o deve haver decis�o enquanto o relat�rio da CPI n�o ficar pronto. “Acho que temos de esperar o fim da CPI para depois puxarmos essa quest�o aqui na C�mara. N�o vejo que seja prudente voc� encaminhar o debate sobre isso sem termos uma decis�o l�”, comentou.
ARQUIVO Com a defini��o de Marco Maia, parlamentares que tiveram acesso aos dados que incriminam Ler�ia temem que o desfecho seja minimizado. Se Odair Cunha recomendar que deve haver processo contra o tucano, a C�mara pode acatar a sugest�o e encaminhar o caso para o Conselho de �tica. Caso contr�rio, toda a investiga��o j� feita pelos integrantes da comiss�o de sindic�ncia da Casa corre o risco de ser arquivada, mesmo que o grupo tenha conclu�do que h� ind�cios graves de quebra de decoro. “N�s analisamos o decoro, a CPI analisa o crime. S�o coisas diferentes. Evitar que a investiga��o continue pode parecer corporativismo, o que � muito ruim para a imagem da Casa”, defende Jer�nimo Goergen.